Apesar de queda na B3 e na CBOT, mercado físico brasileiro registrou altas.
Ontem, a segunda-feira (01) chegou ao final com os preços do milho pouco modificados, mas subindo, no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.
Já as valorizações apareceram em São Gabriel do Oeste/MS (1,39% e preço de R$ 73,00), Brasília/DF (1,45% e preço de R$ 70,00) e Amambaí/MS (4,17% e preço de R$ 75,00).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “o mercado físico do milho esteve sustentado na semana anterior com base no estresse do dólar e no atraso da colheita em algumas regiões produtoras. A oferta de milho tributado tem crescido gradativamente em São Paulo”.
Ainda nesta segunda-feira, a Conab divulgou sua nota semanal apontando que, as cotações do milho continuam em elevação no mercado interno. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) fechou a R$ 85,41/sc de 60 kg na sexta-feira, 26, com alta de 1,26% entre 19 e 26 de fevereiro.
“Vale ressaltar que, no dia 25, o Indicador fechou a R$ 85,59/sc, recorde nominal da série do Cepea. Produtores estão atentos à colheita da safra verão no Sul e Sudeste do País e à semeadura da segunda safra, principalmente no Centro-Oeste e em algumas regiões paranaenses, com baixo interesse nas negociações. Compradores com necessidades imediatas, por sua vez, acabam cedendo a valores maiores. No geral, o ritmo de comercialização está sido lento, com apenas negócios pontuais. Além dos atuais patamares elevados de preços, agentes seguem enfrentando dificuldades logísticas”.
B3
Os preços futuros do milho encerram o primeiro dia da semana operando em campo misto na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações entre 0,18% negativo e 0,66% positivo ao final da segunda-feira.
O vencimento março/21 foi cotado à R$ 87,99 com queda de 0,18%, o maio/21 valeu R$ 88,70 com elevação de 0,18%, o julho/21 foi negociado por R$ 83,85 com valorização de 0,66% e o setembro/21 teve valor de R$ 80,25 com ganho de 0,31%.
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas no mês de fevereiro. Nestes 18 dias úteis do mês, o Brasil exportou 822.892,4 toneladas de milho não moído.
Este volume representa apenas 32,28% de tudo o que foi embarcado durante o mês de janeiro (2.548.860 toneladas), mas é 141,85% a mais do que tudo o que foi registrado durante fevereiro de 2020 (340.255,8 toneladas).
Para a agência SAFRAS & Mercado, a colheita da safra de verão 2020/21 no Brasil de milho atingia 37% da área estimada de 3,953 milhões de hectares até sexta-feira (26). No mesmo período do ano passado, a colheita atingia 37,5% da área estimada de 4,119 milhões de hectares da safra verão 2019/20. A média de colheita nos últimos cinco anos para o período é de 37,1%.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago também contabilizou perdas para os preços internacionais do milho futuro nesta segunda-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 3,75 e 9,25 pontos ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 5,47 com baixa de 8,00 pontos, o maio/21 valeu US$ 5,38 com desvalorização de 9,25 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 5,27 com queda de 8,00 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,85 com perda de 3,75 pontos.
Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última sexta-feira, de 1,44% para o março/21, de 1,65% para o maio/21, de 1,50% para o julho/21 e de 0,82% para o setembro/21.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, na segunda-feira, os mercados agrícolas do CME Group fecharam em baixa, após um início de altas. Jack Scoville, do PRICE Futures Group, diz que as altas dos grãos foram aniquiladas pela América do Sul.
“O mercado ainda está altista no geral, mas a safra sul-americana chegará em breve aos portos, e isso está prejudicando o mercado, em especial o da soja. O milho em baixa se espalha não tanto pela fraqueza próxima, mas pela força da nova safra que está gerando vendas nas proximidades. As inspeções de exportação de milho foram realmente boas; não sobrou muito no campo, então suspeito que eventualmente subirá”, diz Scoville.
Al Kluis, Kluis Advisors, acrescenta que os investidores estarão também de olho nas vendas semanais de exportação na quinta-feira.
“Na semana passada, este relatório mostrou as exportações de milho em seu nível mais baixo neste ano de comercialização, e as exportações de soja no segundo menor ritmo semanal neste ano de comercialização. É apenas uma pausa de uma semana? Talvez a China tenha comprado o suficiente para desacelerar a importação de milho e soja por algumas semanas ”, afirmou Kluis em nota diária aos clientes.