O preço do milho teve um aumento expressivo em outubro, com o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) encerrando o mês a R$ 72,94 por saca, uma valorização de 13,4% em relação ao mês anterior. Este é o maior valor registrado desde abril de 2023, conforme análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, divulgada hoje, 4 de novembro.
O movimento de alta foi impulsionado pela forte demanda interna e pela postura cautelosa dos vendedores, que optaram por limitar a oferta no mercado spot nacional. Compradores relataram dificuldades para fechar novos contratos, devido à baixa disponibilidade de lotes e aos altos preços solicitados pelos produtores. Esse cenário, segundo o Cepea, reflete uma expectativa entre os vendedores de que os preços continuem a subir, o que os leva a segurar os estoques.
Por outro lado, as recentes chuvas nas principais regiões produtoras do país deram impulso à semeadura da safra de verão, aliviando parcialmente as preocupações em relação a possíveis atrasos na segunda safra de 2025. Essa melhora nas condições climáticas oferece um alento aos produtores, ainda que a cautela permaneça, com o mercado monitorando de perto o andamento da nova safra e seus impactos sobre os preços.
Para o mercado, os aumentos de preços do milho representam um desafio, especialmente para setores que dependem do grão como insumo, como a avicultura e a suinocultura, que podem enfrentar custos de produção mais elevados nos próximos meses.