Patamar continua elevado, em parte sustentado por preços e câmbio
Reflexos negativos da pandemia sobre a atividade econômica e a piora das projeções para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2021 fizeram o Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro), calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela CropLife Brasil, recuar no primeiro trimestre. Mas a nova colheita recorde de grãos nesta safra 2020/21 e os preços elevados de commodities como soja e milho mantiveram o indicador em um patamar considerado elevado.
Segundo resultados divulgados ontem, o indicador caiu 3,3% em relação ao quarto trimestre de 2020 (121,4 pontos), para 117,4 pontos, e ficou 7,6% abaixo do patamar recorde observado entre julho e setembro do ano passado (127 pontos). A escala do IC Agro vai de zero a 200, e 100 é o ponto neutro. O resultado é dimensionado a partir de 1,5 mil entrevistas (645 válidas) com agricultores e pecuaristas de todo o país. Cerca de 50 indústrias também são ouvidas.
O índice que mede especificamente a confiança dos produtores agropecuários teve apenas uma leve retração, passando de 127,6 pontos no quarto trimestre do ano passado para 126,7 pontos. Os agricultores continuam animados com colheita, preços e câmbio, ao passo que os pecuaristas seguem beneficiados pelas altas do boi gordo e do leite. Nos dois casos, contudo, o aumento de custos permanece como o grande ponto de preocupação.
O indicador que inclui indústrias que atuam antes e depois da porteira, por sua vez, caiu de 116,9 pontos, no quarto trimestre de 2020, para 110,7 no intervalo entre janeiro e março, sob influência do atraso da colheita de soja.