A última sexta-feira (26) chegou ao final com os preços do milho oscilando com pouca amplitude no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Rio do Sul/SC (1,30% e preço de R$ 76,00), Amambaí/MS (1,37% e preço de R$ 72,00) e Brasília/DF (1,43% e preço de R$ 69,00).
Já as valorizações apareceram nas praças de Castro/PR (0,63% e preço de R$ 80,00), Palma Sola/SC (0,65% e preço de R$ 77,50), Pato Branco/PR (0,66% e preço de R$ 76,20), Ubiratã/PR Cascavel/PR e Marechal Cândido Rondon/PR (0,68% e preço de R$ 74,50), Eldorado/MS (0,71% e preço de R$ 71,00), Ponta Grossa/PR (1,30% e preço de R$ 78,00), Maracaju/MS e Campo Grande/MS (1,39% e preço de R$ 73,00).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “as cotações do milho no mercado físico ficaram firmes durante esta semana apoiadas na alta do dólar e no atraso da colheita em algumas regiões. O fluxo de negócios está travado com o consumidor cauteloso em fazer estoques nos níveis atuais de preços”.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, a última semana registrou queda de 0,25% no preço médio da saca de milho do estado, saindo de R$ 79,13 e chegando em R$ 78,93 a saca, conforme levantamento da Emater/RS.
B3
Os preços futuros do milho registraram leves quedas ao longo de toda a sexta-feira na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações negativas entre 0,61% e 0,85% ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à R$ 88,15 com desvalorização de 0,85%, o maio/21 valeu R$ 88,54 com baixa de 0,61%, o julho/21 foi negociado por R$ 83,30 com queda de 0,83% e o setembro/21 teve valor de R$ 80,00 com perda de 0,81%.
Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam altas de 1,77% para o março/21, de 2,96% para o maio/21, de 3,74% para o julho/21 e de 4,57% para o setembro/21 na comparação com a última sexta-feira (19).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado brasileiro de milho segue com poucos negócios acontecendo enquanto os compradores querem pagar menos e os compradores esperam receber mais.
Enquanto isso, a colheita da safra verão segue lenta após uma frente com chuvas que passou no Sul. “Esperamos que na próxima semana a colheita volte com força e mais milho chegue aos braços dos consumidores”, relata o analista.
Brandalizze destaca também que o plantio da safrinha segue a todo o vapor com o Mato Grosso já passando de 50%, mesmo com atraso e com metade das áreas ficando para março em um período de maior risco. “O otimismo do setor está muito forte e a área de safrinha pode bater 15 milhões de hectares”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também teve um dia de recuos para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registraram movimentações entre 4,75 pontos negativos e 0,75 pontos positivos ao final da sexta-feira.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 5,55 com ganho de 0,75 pontos, o maio/21 valeu US$ 5,47 com perda de 2,25 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 5,35 com desvalorização de 4,75 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,89 com baixa de 3,50 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 0,36% para o maio/21, de 0,74% para o julho/21 e de 0,81% para o setembro/21, além de alta de 0,18% para o março/21.
Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam valorizações de 2,39% para o março/21, de 1,10% para o maio/21, de 0,37% para o julho/21 e de 1,66% para o setembro/21 na comparação com a última sexta-feira (19).
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho se enfraqueceram, com traders observando uma falta de atividade de exportação esta semana, mesmo com os compradores chineses de volta ao mercado após as comemorações do Ano Novo Lunar.
“Um mercado em alta precisa ser alimentado todos os dias. Simplesmente não vemos números de exportação justificando esse tipo de preço”, disse à Reuters Mark Gold, fundador da Top Third Ag Marketing.
Porém, a publicação também destaca que muitos analistas e traders ainda vêem as tensões de oferta global sustentando os preços dos grãos.
“Há um pouco de realização de lucros, mas no geral ainda estamos otimistas, especialmente para soja e milho. Estamos prestes a entrar na temporada crítica de plantio de março a maio no hemisfério norte, então há muito risco pela frente”, disse Ole Houe, diretor de serviços de consultoria da corretora IKON Commodities.