O mercado da soja na Bolsa de Chicago, nesta quarta-feira (9), fechou no vermelho, porém, com perdas menos intensas do que as registradas ao longo do dia, que chegaram a passar de 20 pontos nos principais contratos. Os futuros da oleaginosa encerraram o pregão com baixas de 8,50 a 17,50 pontos, levando o julho a US$ 15,62 e o novembro a US$ 14,48 por bushel.
A volatilidade continua dominando o mercado de grãos na CBOT e, de acordo com informações apuradas junto da Agrinvest Commodities, os modelos climáticos trazidos na tarde de hoje indicaram menos chuvas para regiões que vêm sofrendo com o tempo seco no Corn Belt.
“O modelo desta tarde mostrou menos chuvas nos próximos dias em relação ao modelo da madrugada. Além dos mapas de hoje, o modelo longo mostra temperaturas elevadas para o mês de junho, aumentando a volatilidade dos ativos. O mercado climático está a todo vapor”, dizem os analistas de mercado da consultoria.
Paralelamente, os traders se preparam para o novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta quinta-feira (10), embora os dados mais aguardados deverão chegar no final do mês.
“Tradicionalmente, neste relatório de junho, o o USDA repete os dados de produção e produtividade de maio. A maior importância será no final do mês quando teremos a revisão da área de plantio e os estoques trimestrais”, explica Marcos Aráujo, analista de mercado da Agrinvest Commodities em entrevista para o Notícias Agrícolas.
Araújo também lembra que os estoques finais da safra 2020/21 de soja dos EUA ainda são esperados na casa de 3,27 milhões de toneladas. “Para isso se confirmar, temos que ter um ‘desaparecimento’ de soja – que é um termo que o USDA utiliza – ao redor de 2,72 milhões de toneladas. Porém, há também uma forte queda no ritmo das exportações de soja dos EUA e os dados do NOPA nos mostra um ritmo menor também dos esmagamentos. Isso pode fazer com que os estoques amricanos de 3,27 milhões fiquem próximos de 4,9 milhões de toneladas”, afirma Araújo. “Alguns falam de risco de desabastecimento de soja nos EUA, mas isso não é mais verdade, eu diria”.
MERCADO NACIONAL
No Brasil, os preços mantiveram sua estabilidade e referências diante da alta de 0,69% do dólar, ajudando a compensar parte das baixas observadas na CBOT.
No porto de Rio Grande, a soja disponível terminou o dia com R$ 170,00 e em Paranaguá, com 171,00 por saca. Já para a nova safra, R$ 155,00 e R$ 158,00, respectivamente.