Depois de testar os dois lados da tabela, os preços da soja voltaram a recuar forte no início da tarde desta terça-feira (25) na Bolsa de Chicago. O mercado, segundo explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, cede diante de pressões do financeiro e refletindo as condições favoráveis de clima nos Estados Unidos.
Entre os fatores de pressão estão o bom avanço do plantio nos EUA, as condições favoráveis de tempo para o desenvolvimento da safra 2021/22 no Corn Belt, e também a pressão do governo da China sobre o mercado de commodities.
Um comunicado emitido pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) da China, o país irá fortalecer ainda mais o monitoramento e as análises sobre os preços das commodities como soja, petróleo, óleo e gás, bem como deverá intensificar o controle sobre preços do minério de ferro, cobre e milho.
A informação vem circulando no mercado desde a última semana e pesa novamente sobre as cotações nesta terça-feira. Perto de 13h30, os preços do milho também cediam forte, caindo mais de 20 pontos em seus principais contratos.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, os preços seguem atrativos para o produtor. Apesar de um pouco mais distantes dos picos da safra – com referências que bateram em R$ 190,00 nos portos – as referências ainda seguem variando de R$ 174,00 a R$ 178,00 por saca. “São patamares muito maiores do que os do ano passado, tanto em Chicago, quanto no mercado brasileiro”, diz Brandalizze em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta terça-feira.
O mesmo quadro se observa para a soja da safra 2021/22, hoje circulando na casa dos R$ 159,00, contra pouco mais de R$ 160,00 dos últimos dias. “E o que importa para o produtor é a moeda dele, que é a soja (…) Mas, o produtor está mais receoso mesmo. A comercialização da safra está perto de 20%, contra 35% do que seria normal para este momento, estamos atrasados perante a média dos anos anteriores, mas os negócios estão fluindo”, explica o consultor.