Depois de altas de mais de 30 pontos ao longo do dia e o contrato julho/21 bater novamente nos US$ 16,00 por bushel, o mercado da soja fechou o dia em campo misto, com perdas expressivas nos primeiros contratos. O primeiro vencimento terminou o dia perdendo 23,50 e cotado a US$ 15,60, enquanto o novembro/21 ficou em US$ 14,40, subindo US$ 14,40 por bushel.
O mercado devolveu parte das altas fortes realizando lucros, liquidando parte de suas posições diante das previsões climáticas ao longo do dia que foram atualizadas mostrando algumas chuvas para estados mais ao norte do Corn Belt, os que vem sofrendo mais com o tempo seco no país, resultando em oscilações mais tímidas.
Novos mapas trazidos hoje pelo NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, mostram algumas chuvas sendo esperadas para os próximos cinco dias – de 7 a 12 de junho – para as Dakotas, com destaque para a do Norte, e o noroeste de Minnesota.
Condições semelhantes são esperadas para os próximos sete dias, quando as chuvas seguirão concentradas no sul e leste dos Estados Unidos, mas com alguns poucos volumes sendo esperados para o a Dakota do Norte.
A volatilidade tende a dar o tom do mercado ao andamento dos preços neste momento, onde o clima nos EUA ganha ainda mais espaço no radar dos traders, uma vez que junho é um mês bastante importante para o desenvolvimento das lavouras, principalmente de milho. E as previsões mais alongadas mostram que junho deverá ser um mês de temperaturas acima e chuvas abaixo da média no Corn Belt.
“O mês de junho ganha importância por conta do rápido avanço do plantio de milho e soja. Maio foi muito bom em termos de chuvas, no entanto, junho não deverá ser tão favorável. As temperaturas deverão ficar acima do normal, o que demandará chuvas regulares”, explica a Agrinvest Commodities.
Mais do que isso, as sinalizações dos meterologistsa norte-americanos continuam sendo de um ano de clima bastante irregular, o que alimenta ainda mais a especulação em um ano de estoques norte-americanos – e globais – extremamente ajustados, em um quadro onde não serão admitidas perdas na safra norte-americana.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim semanal de acompanhamento de safras nesta segunda-feira, às 17h (horário de Brasília), e o mercado especula sobre ele até lá. Os dados são bastante aguardados, bem como confrontados com os relatos de agricultores em todo Estados Unidos.
Paralelamente, os traders também já se posicionam à espera do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira, dia 10 de junho.
MERCADO BRASILEIRO
As altas registradas mais cedo em Chicago deram boas oportunidades à formação dos preços no Brasil e bons negócios foram registrados nesta segunda-feira no mercado nacional, tanto para a safra velha, quanto para a safra nova. Segundo Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, teriam sido negociadas um milhão de toneladas de soja somente neste início de semana.
Apesar do dólar mais baixo dos que nos últimos dias – na casa de R$ 5,04 – os indicativos para a safra 2020/21 variaram entre R$ 176,00 a R$ 178,00 por saca, nos melhores momentos dos portos, a depender dos prazos de entrega e pagamento. Há uma semana, as referências eram de R$ 174,00 a R$ 176,00.
E desta temporada, de acordo com números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o Brasil já embarcou um volume recorde de 52,7 milhões de toneladas de soja em grão. Contabilizando todo o complexo, já foram embarcados 60,6 milhões de toneladas, contra o mesmo período do ano passado quando eram 60,2 milhões, o antigo recorde.
Para todo junho, na análise do consultor, o Brasil tem potencial para alcançar os 15 milhões de toneladas de soja embarcadas.
Já para 2021/22, os preços também estiveram melhores do que os da semana passada, e variaram entre R$ 166,00 e R$ 168,00 por saca. “Foram várias modalidades de negócios realizadas nesta segunda-feira”, relatou Brandalizze.