Sem a referência da Bolsa de Chicago, os negócios com a soja no mercado brasileiro foram mais lentos e pontuais, porém, exibindo valores ligeiramente melhores do que aqueles observados na semana passada. Segundo Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, as referências nos portos já traziam cerca de R$ 1,00 a mais por saca.
“Estamos começando a semana com o cavalinho encilhado mais uma vez. Normalizando essa fase de chuvas em Chicago é possível que haja uma retração de 50 centavos por lá, isso reflete no mercado brasileiro em cerca de R$ 2,00 a R$ 3,00. É o momento de quem tem safra velha ainda para comercializar, quem está ‘desconfiado’ pode fazer uma operação de hedge para se defender. Tem também o mercado de safra nova, onde estamos atrasados nas vendas”, diz Brandalizze.
E para a safra 2021/22, que dá sinais de que os primeiros meses quando o plantio começa a ser permitido após o vazio sanitário serão de boas condiões climáticas, de acordo com as previsões mais atualizadas, mais uma possibilidade de área recorde de plantio na casa de 40 milhões de hectares, “o mercado internacional poderia ser limitado na bolsa, mas ainda estamos em um bom momento”, complementou o consultor.
Ainda nesta segunda-feira (2), a alta de 0,68% do dólar frente ao real ajudou na formação de preços melhores para a soja no mercado nacional. Foram registradas valorizações como a de Rio do Sul, em Santa Catarina, de 2,74% para R$ 150,00 por saca. Enquanto isso, nos portos, os preços também mostravam cerca de R$ 1,00 a mais do que na última semana.
RETOMADA DOS NEGÓCIOS EM CHICAGO
Depois da Bolsa de Chicago nesta segunda-feira em comemoração do feriado do Dia da Independência, os negócios serão retomados na noite de hoje, com foco total no clima para o Corn Belt.
No último final de semana algumas regiões produtoras registraram chuvas, mas ainda mal distribuídas e a preocupação com a região mais a noroeste do país ainda preocupa. No entanto, os mapas para os próximos cinco e sete dias mostram volumes melhores de precipitações para quase toda a região de produção.
Ao lado das chuvas, as temperaturas são outro ponto de atenção, segundo analistas e consultores, nos estados onde os níveis de umidade no solo ainda são bastante baixos.
Nesta terça, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo reporte semanal de condições das lavouras, às 17h (horário de Brasília).