Altas de 14,25 a 18,75 pontos foram as registradas pelos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago no pregão desta terça-feira (4). O mercado se recuperou das baixas observadas na sessão anterior e segue registrando patamares elevados, além de seguir sustentado mesmo diante de um ritmo recorde de plantio da oleaginosa nos Estados Unidos.
Enquanto isso, no mercado brasileiro a formação dos preços voltou a ser beneficiada também pelo dólar em alta ao lado do avanço das cotações da oleaginosa na CBOT. A moeda americana voltou a superar os R$ 5,40 por saca e já garante indicativos melhores do que aqueles observados no final da última semana.
Segundo relatou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, a soja com embarque imeadiato chegou a dar chances de até R$ 182,00 por saca, base porto, porém, com poucos novos negócios acontecendo. Os produtores aguardam por preços mais elevados para voltarem a vender e participar mais efetivamente das operações com o restante da safra 2020/21 a ser comercializado.
Mais do que isso, o mercado brasileiro acompanha e monitora a demanda chinesa, que neste momento está mais cautelosa e fazendo novas compras de forma mais pulverizada, como explicam analistas e consultores.
“É até saudável para nós que eles não venham comprar tudo de uma vez. Assim o brasileiro vai vendo da mão para a boca, o prêmio vai subindo, os preços vão se equiparando e acho que assim pode ser até mais tranquilo”, explica Sousa.
O diretor da Labhoro afirma que os prêmios no mercado brasileiro estão se recuperando, aos poucos, e para a safra nova já sinalizam posições muito melhores, em campo positivo, e refletindo uma nova realidade de mercado para a temporada 2021/22.
BOLSA DE CHICAGO
Em Chicago, o mercado da soja segue encontrando suporte no cenário muito apertado de oferta e demanda, com estoques historicamente baixos nos Estados Unidos, sem a projeção de grande alívio na medida em que a nova oferta norte-americano chegue ao mercado nos próximos meses.
“Como a Cerealpar vem alertando, o mercado segue sendo guiado pelas emoções e ajustes técnicos. As cotações futuras já estão em patamares elevados, os altistas querem puxar para níveis recorde, enquanto os baixistas tentam focar em algumas poucas noticias negativas do momento. Mas o que estamos vendo é que a cada liquidada, investidores entendem que e uma boa oportunidade de compra”, afirma Steve Cachia, consultor de mercado da Cerealpar e da TradeHelp.
E o executivo ainda complementa sua análise afirmando que os fundamentos da safra velha “justificam tal comportamento (dos preços) devido à necessidade de racionamento de soja nos EUA e a batalha por área no Meio-Oeste norte-americano”.
E olhando para o clima para o Corn Belt, os mapas atualizados nesta terça mostram mais frio para estados importantes na produção, com temperaturas abaixo da média para este período entre 10 e 14 de maio (figura 1), principalmente no Nordeste dos EUA, e chuvas que começam a melhorar no Sudeste do país (figura 2) no mesmo período.