Assim, o vencimento maio/21 fechou com US$ 15,49; o julho/21 com US$ 15,19 e o setembro com US$ 13,84 por bushel. Ao longo do dia, a primeira posição chegou a superar os US$ 16,00 por bushel e o setembro, os US$ 14,00, na sequência, os preços deram início às correções.
Todavia, os analistas e consultores afirmam que os fundamentos permanecem positivos e ainda dão importante suporte às cotações. Mais do que isso, explicam ainda que os altos preços seguem fazendo seu importante papel neste momento que é o de racionar a demanda de uma oferta bastante escassa de soja e também de milho no cenário global.
Mais do que racionar a demanda, estão ainda ampliando a oferta. “Os preços historicamente altos dos cereais, óleos e oleaginosas estão incentivando o aumento da oferta, ou seja, estão incentivando o aumento da área global. Além disso, os preços altos e o aperto dos estoques americanos deverão incentivar a importação de soja, milho e óleo de soja”, explica a equipe da Agrinvest Commodities.
No radar dos traders permanece o foco sobre as questões climáticas não só nos Estados Unidos, mas também no Brasil – com a seca para a safrinha – e em mais países do Hemisfério Norte também sofrendo com a falta de chuvas – e as adversidades ainda dando espaço aos patamares elevados. Entretanto, as previsões seguem indicando uma melhora das condições a partir do início de maio.
“A elevação das temperaturas previstas para os próximos dias em algumas regiões irão favorecer o ritmo das atividades de semeadura, mas o anseio dos produtores ainda é por volumes pluviométricos favoráveis, para que a umidade do solo seja reparada e forneça condições adequadas ao desenvolvimento das plantas, principalmente no lado Oeste”, informa a Labhoro Corretora.
O mapa do NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, para o período de 3 a 7 de maio continuam a mostrar temperaturas se elevando e ficando acima da média para esta época do ano.
Já as chuvas deverão permanecer dentro da normalidade na maior parte das regiões produtoras no mesmo intervalo, à exceção de alguns estados mais a norte do cinturão.
Para a soja, uma nova disparada entre os futuros do óleo na Bolsa de Chicago também contribuíram para as altas observadas mais cedo, uma vez que o derivado tinha ganhos superiores a 4%. Porém, assim como a soja em grão, o derivado também passou por realização de lucros e terminou o dia em campo negativo.
E este mercado, como na matéria-prima, apesar da realização de lucros também conta com fundamentos positivos e um cenário de oferta e demanda – que se estende para os óleos vegetais de uma forma geral – também bastante apertado. No mercado norte-americano, o programa de biodiesel tem demandado muito do derivado, os preços no mercafdo físico estão historicamente altos e também refletem no futuro.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, há pouca pressão de venda mesmo diante de preços ainda bastante elevados e bem remuneradores para os produtores brasileiros, principalmente diante do dólar em queda frente ao real nos últimos dias. Para a soja desta temporada, as referências nos portos variam de R$ 184,00 a R$ 187,00 por saca, conforme explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Para a safra 2021/22, novos negócios são ainda tímidos e os compradores, base porto, ofertam de R$ 162,00 a R$ 163,00 por saca, mas sem conseguirem levantar ofertas. “Temos apenas alguns negócios pontuais, somente em cima de algumas trocas com insumos, as quais estão sendo muito bem feitas. E as relações de troca devem continuar dando bons momentos para os produtores que estão fazendo trocas por fertilizantes, defensivos, estamos em um bom momento para isso”, diz.