Depois de consecutivas perdas na Bolsa de Chicago, os futuros da soja encerraram o pregão desta segunda-feira (21) em alta. Os ganhos mais expressivos foram registrados para os vencimentos mais curtos – com o julho/21 subindo 19 pontos para terminar o dia com US$ 14,15 – enquanto o novembro/21 subiu 6,25 pontos, para fechar com US$ 13,19 por bushel.
O mercado encontrou espaço para recuperar parte das últimas baixas, de um lado, por notícias vindas da demanda, e de outro com as chuvas que não chegaram no último final de semana sem chegar ao pontos mais críticos de produção dos Estados Unidos.
Do lado da demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou, depois de muitos meses, novas vendas da oleaginosa para a China e demais destinos.
O anúncio informou sobre a venda de 456 mil toneladas, sendo 336 mil toneladas para a China e 120 mil para destinos não revelados. Em ambos os casos, os volumes eram referentes à safra 2021/22. Na semana passada, os traders falavam em oito navios, o que resultaria em 480 mil toneladas.
Essa soja “deverá ser destinada às suas reservas, conferindo assim suporte aos preços na última sexta-feira”, explicaram os analistas da Agrinvest Commodities.
Ainda assim, a demanda chinesa por soja preocupa. O ritmo, como explica a consultoria, ainda está bastante lento, com a “China ausente há oito semanas” em compras de soja da safra nova norte-americana, refletindo o momento ruim, de margens muito apertadas no esmagamento e de preocupações no setor da suinocultura.
Já do lado do clima, que está no centro do mercado de grãos na Bolsa de Chicago, as chuvas ainda mal distribuídas chamam a atenção. “As precipitações do final de semana foram manchadas e não foram como os produtores esperavam”, disse o analista internacional Sal Gilbertie, da Teucrim Trading, ao portal Successful Farming.
Assim, ainda segundo Gilbertie, o mercado segue buscando redefinir seu caminho, testando suas máximas e mínimas, “mas agora em um novo e elevado range”.
Do mesmo modo, o consultor de mercado da Roach AgMarketing, Aaron Edwards, explica que essa “queda de braço entre compradores e vendedores” tende a continuar.
“Para tirar as altas do que já vimos há de ter compradores e não ter pressão de vendas. E há três vendedores principais: o produtor brasileiro, os fundos – que ainda têm posições compradas para vender – e o produtor norte-americano que tem pouca soja pra vender”, explica.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, apesar de baixa de quase 1% do dólar frente ao real, os preços da soja acompanharam as boas altas na Bolsa de Chicago e terminaram o dia com boas valorizações no interior do país. Algumas praças de comercialização marcaram ganhos de até 3,70%, como foi o caso de Tangará da Serra, em Mato Grosso, onde a saca terminou a segunda-feira com R$ 140,00.
Nos portos, por outro lado, os preços ou mantiveram sua estabilidade ou recuaram neste início de semana. Em Paranaguá, perda de 1,89% no disponível, para R$ 156,00 por saca, e estabilidade nos R$ 152,00 para fevereiro de 2022. Já em Rio Grande, R$ 155,00 no spot, com baixa de 1,90% e março/22 estável nos R$ 150,00. Em Santos, R$ 160,00 para julho/21, estável.