Ontem, a terça-feira (13) foi positiva para o mercado da soja na Bolsa de Chicago. Motivado pelo clima preocupante nos EUA nos próximos dias e pela puxada dos óleos vegetais em função da onda de calor severo castigando a canola no Canadá, o mercado fechou o pregão com ganhos de 1,75 a 10,50 pontos nos principais vencimentos, com o julho valendo US$ 14,38 e o novembro, referência importante para a safra americana, US$ 13,51 por bushel.
As lavouras canadenses de canola vem sofrendo com temperaturas elevadíssimas e os futuros do óleo de canola marcaram limite de alta em três dos últimos sete pregões na ICE Futures, ajudando a puxar também o óleo de soja, que fechou com alta de mais de 1,5% hoje, ajudando a puxar o grão também, como explicou a Agrinvest Commodities.
Ao lado do Canadá, a atenção se volta para as condições no Corn Belt e as previsões indicando chuvas abaixo da média e temperaturas acima nos próximos dez dias.
“A soja já enfrenta algum stress já que tende a formar vagens mais cedo, e mais fatores podem estar envolvidos neste processo”, acredita o economista chefe de commodities da StoneX, Arlan Suderman.
Assim, já em julho as condições de clima trazem preocupações e sinalizam que os novos boletins mensais de oferta e demanda do USDA podem trazer ajustes para baixo nas estimativas de produtividade tanto da soja, como do milho. Afinal, este é o mês decisivo para o rendimento das lavouras do cereal.
Segundo o último boletim diário do Commodity Weather Group (CWG), para julho o stress causado pelas poucas chuvas e pelas altas temperaturas deverá alcançar cerca de 15% das áreas de soja e milho do Meio-Oeste americano. Os estados mais afetados pelas adversidades continuam sendo os do extremo norte e mais a oeste dos EUA, como as Dakotas, Minnesota, Nebraska, Iowa e Wisconsin.
Os mapas do CWG mostram que nos próximos cinco dias – de 13 a 17 de julho – há algumas chuvas pontuais para estes estados. No entanto, para os dois períodos sequentes – de 6 a 10 e 11 a 15 dias – as chuvas deverão ficar abaixo da média em quase todo o cinturão.
MERCADO BRASILEIRO
No interior do Brasil, os preços acompanharam os ganhos e também subiram, chegando a registrar altas de até 3,23%, como foi o caso da praça de Brasília/DF, para levar a saca a R$ 160,00. Assim, as referências no interior do país seguem variando entre R$ 147,00 e R$ 162,00, patamares ainda bastante saudáveis para os produtores brasileiros.
Nos portos, os indicativos também subiram nesta terça-feira, estimulados não só pelas altas em Chicago, mas também pelo avanço do dólar frente ao real e pelos prêmios mais elevados no Brasil agora.