Mais uma vez, o comportamento dos preços do óleo de soja dão suporte aos preços do grão na Bolsa de Chicago. Perto de 13h20 (horário de Brasília), os futuros do derivado subiam mais de 2% entre as posições mais negociadas – com a primeira sendo cotada a 49,02 cents por libra-peso – dando espaço às altas de mais de 1,5% entre as cotações do grão no pregão desta sexta-feira (2).
“O petróleo tem alta de mais de 2,5%, sustenta o rally do do óleo de soja e ajuda na sustentação das cotações do grão”, afirma a equipe da Agrinvest Commodities. Tanto o WTI, quanto o brent subiam mais de 2% na tarde de hoje, chegando a respectivamente, US$ 71,69 e US$ 76,02 por barril, com o mercado bastante ansioso pela nova reunião da OPEP (Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo) que acontece neste final de semana.
Segundo explicou à agência internacional de notícias Bloomberg o vice-presidente sênior da BOK Financial Securities, Dennis Kissler, “o suporte para os preços do petróleo nesta sexta vem das expectativas sobre o que a OPEP poderia fazer na nova reunião. Parece que os traders deste mercado estão mudando para um modo de “apetite por risco”, uma vez que, por enquanto, os temores de uma recessão diminuíram”.
Há também, no mercado, as perspectivas de que a organização poderia, todavia, manter seus níveis de produção, uma vez que já estariam em níveis consideravelmente baixos, como também explicaram analistas à Bloomberg.
“É provável que os preços do petróleo caiam um pouco mais no início da próxima semana porque a Opep+ pode não decidir sobre novos cortes de produção. De qualquer forma, vemos o nível atual de produção muito baixo no médio prazo, então o preço do petróleo deve subir novamente, na sequência, nas próximas semanas”, disseram analistas do Commerzbank AG em um relatório nesta sexta-feira.
E toda esta movimentação tem sido importante para o andamento dos preços da soja em Chicago. “O mercado energético é um dos fatores de sustentação de médio e longo prazo para a soja CBOT. A demanda interna nos EUA deve crescer forte nos próximos meses, com a entreada em operação de várias plantas de biodiesel renovável. Mesmo se a safra americana for cheia, os estoques americanos de óleo de soja devem ficar muito baixos ao final da temporada 2023/24”, complementa a Agrinvest.
O mercado vai encerrando essa semana dividindo suas atenções entre as últimas notícias sobre o mercado financeiro, bem como aos fundamentos, em especial o clima nos Estados Unidos. E este é, neste momento, o principal vetor de direcionamento para as cotações, uma vez que as lavouras estão caminhando para fases importantes de desenvolvimento.
“O Drought Monitor desta semana mostrou um agravamento da seca na maior parte do meio-oeste, efetivamente revivendo os receios do mercado, principalmente frente ao final de semana e também ao relatório de Supply & Demand da próxima sexta (09), uma vez que as previsões climáticas indicam clima seco a curto prazo, com os modelos GFS e Europeu divergindo em suas indicações sobre o retorno das chuvas em junho”, explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.