O mercado da soja teve um dia calmo e de pouca movimentação nesta terça-feira (16). Os preços encerraram o dia com pequenas altas de 1 a 3,75 pontos, com o maio cotado a US$ 14,23 e o julho com US$ 12,91 por bushel, depois de testarem os dois lados da tabela durante todo o dia.
O clima permanece no centro do radar dos traders, porém, as atenções começam a se voltar mais sobre o cenário nos Estados Unidos, onde o plantio deverá começar nas próximas semanas. As condições para a conclusão das safras da América do Sul também são monitoradas, porém, com menos intensidade.
A Argentina recebeu boas chuvas nos últimos dias, de forma abrangente e de forma a trazer algum alívio às lavouras que vinham sofrendo com a seca, no entanto, o mercado na CBOT deu pouco espaço a esta informação, como explicou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo de Sousa, ao Notícias Agrícolas.
O mercado já conhece as condições da safra sul-americana, estima seu potencial e precisa agora de novos fundamentos para se movimentar de forma mais agressiva e intensa. E parte dessa força para o andamento dos futuros dos grãos pode vir dos dados que começarão a chegar sobre a nova safra norte-americana.
Os traders começam a se posicionar antes da chegada dos novos boletins que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz no final do mês.
O relatório Prospective Plantings chega no dia 31 de março, trazendo as primeiras projeções oficiais de área de plantio nos EUA para a safra 2021/22 e o mercado já espera por uma considerável aumento de área dedicado à soja em relação à temporada 2020/21.
Assim, os impactos do reporte poderiam ser limitados e, na sequência, o chamado ‘weather market’ ganhar cada vez mais espaço no dia a dia dos preços na CBOT.
Souse destacou ainda a importância do posicionamento comprado dos fundos investidores que continua sendo recorde – em soja, milho, trigo, farelo e óleo – o que também foi importante fator de suporte para as cotações hoje.