Como apontou ontem o AviSite, já na próxima terça-feira, 2 de maio, o Uruguai inicia, de forma compulsória, a vacinação de suas reprodutoras e poedeiras contra a Influenza Aviária.
Embora a adoção de vacina venha sendo considerada, no momento, caminho inevitável para reduzir as perdas que o vírus da doença vem ocasionando mundialmente, cabe perguntar: foi a melhor opção para a avicultura uruguaia?
Consultadas pelo AviSite a respeito, entidades de classe preferem não comentar, respondendo – como convém – que se trata de decisão soberana do país vizinho. Mas essa simples colocação deixa entrever que há, sim, questões a serem debatidas nessa decisão.
Isso fica bem claro ao consultarem-se técnicos do setor. Sob garantia de anonimato, vários deles ressaltam que se trata de medida precipitada. Em essência porque, a despeito da presença do vírus em aves selvagens e em pequenas criações de subsistência, a avicultura comercial uruguaia não foi afetada. E, ao decidir vacinar, o Uruguai vai perder a condição de país livre da Influenza Aviária, perdendo também o direito de exportar.
Há décadas – e não de hoje – a avicultura discute a possibilidade de introduzir no setor, de forma rotineira, a vacinação contra a Influenza Aviária. O grande empecilho sempre esteve, não na eficiência da vacina, mas na impossibilidade de distinguir-se aves vacinadas daquelas diretamente infectadas pelo vírus.
Já há indicações de que esse problema está em vias de ser equacionado. Mas enquanto isso não ocorre, qualquer país que opte pela vacinação perde, de imediato, a condição de livre da doença. Por isso – ressaltam alguns técnicos – a decisão uruguaia está sendo precipitada.
Já se sabe também que a solução para a Influenza Aviária não está na vacina. Pois, como ressaltou o Ministro Fernando Mattos, da Agricultura uruguaia, “não se deve pensar que vacina-se e resolve-se o problema”. Por ora e mais do que nunca, a biossegurança continua sendo a ferramenta-chave.