Com a chegada da Primavera (e, agora, do Verão) no Hemisfério Norte, diminuíram drasticamente os casos de Influenza Aviária, tanto na Europa quanto na América do Norte, confirmando que – como todas as demais espécies do Influenza – este também é um vírus típico do frio.
“Mas não se animem nem esqueçam das medidas de biossegurança”, alertam especialistas. Porque – explicam – em o vírus altamente patogênico da Influenza Aviária (IAAP) permanece latente por longo período de tempo. Inclusive em águas frias.
Quem aborda com muita propriedade essa questão é Andy Ramey, pesquisador geneticista do Centro (norte-americano) de Pesquisas Geológicas do Alasca. Ele revela que o IAAP pode permanecer viável ou infeccioso em água fria por muitos anos. Agora Ramey desenvolve pesquisa tentando descobrir como ocorre a hibernação do vírus.
“Em experimentos iniciais desenvolvidos em Minnesota e no Alasca, descobrimos que o organismo continua viável por mais de sete meses. Nesses experimentos – descreve –aves foram expostas a amostras de água infectadas, mantidas frias em laboratório”.
Os pesquisadores também testaram a resistência do vírus em campo, no intuito de obter mais dados sobre os efeitos das temperaturas frias do Inverno.
“Em um experimento realizado apenas no Alasca, deixamos alguns desses frascos infectados em pântanos por mais de um ano. E constatamos que uma pequena proporção dos vírus ainda era viável”.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, nos últimos meses o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) vem relatando menos casos de infecção entre aves selvagens na América do Norte. E isso – comenta Ramey – “pode estar ligado a um aumento na imunidade dessas aves”. O que – alerta – não deve servir para abrir a guarda: “a vigilância é fundamental”.
“De certa forma, navegamos em águas absolutamente desconhecidas. Historicamente, isto nunca aconteceu. Portanto, nossa experiência nesse cenário é bastante limitada”, lamenta o pesquisador.
Para Ramey, a atual temporada de Influenza Aviária é comparável à pandemia de coronavírus que o homem vem enfrentando nos últimos três anos.