Ontem, a quinta-feira (11) chegou ao final com os preços do milho novamente se elevando no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Amambai/MS (1,33% e preço de R$ 74,00).
Já as valorizações foram percebidas nas praças de Cândido Mota/SP (0,63% e preço de R$ 80,00), Oeste da Bahia (1,17% e preço de R$ 64,75), São Gabriel do Oeste/MS (1,30% e preço de R$ 78,00), Luís Eduardo Magalhães/BA (1,56% e preço de R$ 65,00), Castro/PR (2,41% e preço de R$ 85,00), Ponta Grossa/PR e Dourados/MS (2,50% e preço de R$ 82,00), Rio do Sul/SC (2,56% e preço de R$ 80,00) e Brasília/DF (4,23% e preço de R$ 74,00).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “o mercado físico do milho teve marcações de preços mais altos em meados desta semana em função do stress com o dólar. Todos os participantes estão cautelosos com as variações deste segmento nos últimos dias”.
A Agrifatto Consultoria relatou que o indicador do milho Cepea/Esalq/BM&FBovespa fechou ontem (10) acima de R$ 90 a saca, pela primeira vez na série histórica, iniciada em agosto de 2004.
“O indicador registrou a oitava alta seguida, acumulando ganho de 7,24% no mês, refletindo principalmente a preocupação com a oferta do cereal em segunda safra após atrasos no plantio, mas também a elevação dos custos de transporte”, explicam os analistas.
O Cepea já havia chamado a atenção para a alta dos preços do milho no mercado brasileiro. “O impulso vem da combinação da posição firme dos vendedores, diante das preocupações com o atraso da semeadura da segunda safra frente à temporada anterior, com as constantes elevações dos fretes, visto que há escassez de caminhões para o escoamento da safra verão e das entregas do cereal”.
B3
Os preços internacionais do milho operaram em alta durante boa parte da quinta-feira na Bolsa Brasileira (B3), mas encerraram o dia em campo misto. As principais cotações registraram movimentações entre 0,22% negativo e 1,26% positivo no encerramento das atividades.
O vencimento março/21 foi cotado à R$ 92,25 com elevação de 1,26%, o maio/21 valeu R$ 94,06 com ganho de 0,26%, o julho/21 foi negociado por R$ 88,89 com perda de 0,01% e o setembro/21 teve valor R$ 84,46 com baixa de 0,22%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado brasileiro de milho segue na calmaria, com leves altas e seguindo a linha do mercado de exportação.
“A Conab aumentou a expectativa de produção para 108,1 milhões de toneladas, então temos uma safra grande de milho pela frente. Agora vamos depender de como vai ser o clima no mês de abril, que será de definição de umidade e temperatura”, diz o analista.
Brandalizze destaca ainda que o grande risco serão as lavouras que ainda restam para plantar, que vão ficar fora das janelas e ter risco maior de enfrentar problemas e comprometer o potencial produtivo.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) se manteve altista para os preços internacionais do milho futuro nesta quinta-feira. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 4,00 e 7,25 pontos ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 5,55 com valorização de 7,25 pontos, o maio/21 valeu US$ 5,38 com alta de 4,50 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 5,28 com ganho de 4,00 pontos e o setembro/21 teve valor US$ 5,00 com elevação de 4,00 pontos.
Esses índices representaram ganho, com relação ao fechamento da última quarta-feira, de 1,46% para o março/21, de 0,75% para o maio/21, de 0,76% para o julho/21 e de 0,81% para o setembro/21.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, os mercados agrícolas do CME Group negociaram em alta. Jason Roose, da US Commodities, diz que a continuação da propagação dos preços é esperada nos contratos de grãos.
“Os grãos continuam a ser comercializados em grande escala, com a disseminação das altas no milho liderando hoje. As exportações mostraram que a China ainda tem um pequeno apetite por milho, o que é favorável, mas a competição da América do Sul e o dólar firme podem limitar as compras. Devemos continuar a ver uma propagação ativa com uma grande safra da América do Sul e o plantio dos Estados Unidos ao virar da esquina”, diz Roose.
Ainda nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seu relatório semanal de vendas de exportação com números fracos de demanda por milho, 396.000 toneladas contra as expectativas do comércio que eram entre 400.000 a 750.000 milhões de toneladas.