O mercado da soja, após a chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), fechou o pregão desta quinta-feira (10) em campo misto na Bolsa de Chicago. O contrato julho/21 encerrrou com baixa de 18,50 pontos, cotado a US$ 15,44, e o novembro/21 subiu 11,25 pontos para US$ 14,59 por bushel.
“O USDA poderia trazer alguma supresa na soja, mas não trouxe. O aumento dos estoques foi um número neutro”, explicou Ginaldo de Sousa, diretor do Grupo Labhoro, referindo-se aos números dos estoques finais norte-americanos tanto da safra nova, quanto da safra velha. “Foi um relatório muito interessante, sendo altista para o milho e neutro para soja e trigo”.
Da safra velha, os estoques finais 2020/21 dos EUA foram revisados de 3,27 para 3,67 milhões de toneladas e os da safra nova de 3,81 para 4,22 milhões de toneladas.
Sousa reforça ainda que o foco do mercado, ao menos neste momento, continua sendo a questão central do mercado de grãos na Bolsa de Chicago – o que justifica as altas nos vencimentos referentes à temporada 2021/22 – e a preocupação que ainda se registra em torno das condições em partes do Corn Belt, principalmente olhando para as porções mais a oeste e norte do cinturão.
“A safra não está consolidada. Hoje tem chuva nas Dakotas, mas na semana que vem já não aparecem. O modelo europeu, que tem sido o mais assertivo, está dizendo que o clima de junho deve continuar quente e seco pelo menos até o dia 25, 26”, explica o diretor da Labhoro. “A volatilidade vai continuar muito forte”.
E essa volatilidade tende a se intensificar porque mesmo com a revisão dos estoques apresentada nesta quinta-feira, os números ainda são muito apertados, de pouco mais de 4 milhões de toneladas, um dos mais baixos da história.
O mercado, aos poucos, se prepara também para o novo boletim que o USDA traz no final do mês, com a revisão da área da safra 2021/22. No entanto, até lá, o clima segue no principal foco dos traders.
MERCADO BRASILEIRO
Enquanto as novas rotas são definidas na Bolsa de Chicago, os negócios ainda camiham mais lentamente no Brasil, com o produtor ainda segurando suas vendas tanto para o restante da safra velha, quanto para a safra nova. Ainda assim, Sousa alerta “é hora de começar a pensar em vender”, diz.
Os preços da soja nos portos terminaram o dia com estabilidade. Em Rio Grande, o produto disponível fechou com R$ 170,00 e em Paranaguá, com R$ 171,00. No porto de Santos, a referência junho ficou em R$ 181,00 por saca. Para a safra nova, R$ 158,00 no terminal paranaense e R$ 155,00 no gaúcho.