Os preços da soja fecharam o pregão desta segunda-feira (14) com perdas de mais de 40 pontos em seus principais vencimentos negociados na Bolsa de Chicago. O contrato julho fechou o dia com US$ 14,72 e o novembro com US$ 13,95 por bushel. Durante todo o dia o mercado de grãos na Bolsa de Chicago operou com baixas intensas e forte volatilidade.
Como explicaram analistas e consultores de mercado, as cotações foram pressionadas pelas condições ligeiramente melhores de clima no Corn Belt previstas no modelo climático americano e pela despencada do óleo de soja também negociado em Chicago.
“Os mapas do NOAA, do modelo americano, mostram mais chuvas para junho e temperaturas mais baixas, o que é bem vindo agora. No entanto, apesar de ser o mais acompanhado agora isso não quer dizer que é o que mais acerta. O que mais tem acertado é o europeu e esse modelo ainda mostra condições menos benéficas para o restante de junho”, explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.
E o NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, mostra para o período de 22 a 28 de junho chuvas acima da média e temperaturas abaixo, como mostram os mapas abaixo, para boa parte do Corn Belt.
No entanto, aos poucos o mercado deve se focar nas condições das lavouras norte-americanas, as quais estão se deteriorando, de acordo com os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no final da tarde desta segunda-feira, pós mercado em Chicago.
Paralelamente, o mercado de óleos vegetais chamou a atenção nesta segunda-feira, com perdas de mais de 3% entre os futuros do óleo de soja sendo negociados na Bolsa de Chicago. Mas recuaram ainda as cotações, por exemplo, do óleo de palma na Malásia e de canola no Canadá.
No mercado americano, as incertezas sobre o mandatório do biodiesel e do etanol de milho pressionam o mercado de biocombustíveis. A falta de oferta tanto de soja, quanto de milho para a produção de ambos os combustíveis elevou bastante o valor dos derivados, o que justificaria uma redução das misturas e influenciaria diretamente no planejamento das refinarias de petróleo.
“Vejamos se Biden vai colocar o Acordo de Paris na frente ou a dor das suas refinarias (de petróleo) em primeiro lugar. Essa é a discussão agora. Estamos em um ponto muito importante para o governo Biden que pode ser um divisor de águas”, explica Vanin.
MERCADO BRASILEIRO
No mercado brasileiro foram registradas perdas generalizadas, nos portos e nas principais praças de comercialização do interior do país. As referências refletiram as perdas em Chicago e o recuo do dólar frente ao real, que nesta segunda-feira foi de mais de 1%, levando a moeda americana a R$ 5,07.
Assim, as baixas no interior foram de 1,27% a 5,36%, com os indicativos terminando o dia entre R$ 147,00 a R$ 163,00 por saca no mercado disponível. Já nos portos, foram R$ 165,00 e R$ 164,00 por saca, no spot, em Paranaguá e Rio Grande, respectivamente. Já em Santos, perda de 2,78% para R$ 175,00 na referência para junho/21. Para a safra nova, R$ 156,00 no terminal paranaense, com perda de 1,27%, e R$ 154,00 no gaúcho, com baixa de 0,65%.