Em um convênio com a empresa, banco disponibilizou linha de R$ 200 milhões para financiamentos nessa frente
Na esteira da agenda de sustentabilidade anunciada em dezembro, a BRF deu partida à parceria com o Banco do Brasil para apoiar os granjeiros integrados a instalar painéis solares nos aviários, o que permite grande economia com eletricidade e viabiliza a transição para energia renovável.
Em um convênio com a BRF, o BB disponibilizou uma linha de R$ 200 milhões para financiar as granjas. O financiamento, com prazo de dez anos e um de carência, tem uma taxa de juro de 8% ao ano, afirmou ao Valor o vice-presidente de agronegócios do banco, João Rabelo Júnior.
Os primeiros três contratos com integrados foram assinados recentemente. Cada financiamento gira em torno de R$ 350 mil – mas não existe um teto, explicou o executivo do BB. Na parceria, a BRF ajuda os integrados na escolha dos melhores equipamentos, garantindo que os painéis solares tenham certificação e manutenção adequada. A companhia também entende que a iniciativa deve ajudar na disseminação de energias renováveis pelas comunidades rurais.
“Nossa influência puxa todo mundo junto”, disse a vice-presidente de relações institucionais, reputação e sustentabilidade da BRF, Grazielle Parenti. Na companhia desde 2019, a executiva também preside o conselho da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia).
Para alegria de Grazielle, o primeiro contrato junto ao BB foi assinado por uma mulher – uma granjeira de Luzerna, no oeste de Santa Catarina. Entre os cerca de 10 mil integrados da dona das marcas Sadia e Perdigão, apenas 8% dos titulares são mulheres, destacou a executiva.
Segundo o vice-presidente do BB, o investimento dos integrados traz retorno econômico e ambiental para a sociedade e os produtores. A depender do estrutura, os gastos com energia podem passar a representar apenas 20% do que eram antes da adoção dos painéis solares. A energia elétrica representa de 3% a 7% do custo de produção do granjeiro.
Em fase piloto, o objetivo da BRF e do Banco do Brasil é chegar a 70 usinas solares até agosto. Para o próximo ano, a expectativa é alcançar 700, usando os R$ 200 milhões da linha de crédito. O financiamento do banco tem como fonte recursos próprios, sem equalização ou subsídios.
A parceria entre BRF e BB faz parte da lista de iniciativas anunciadas no BRF Day, em dezembro. Na ocasião, a companhia apresentou a visão para os negócios até 2030, e o investimento em sustentabilidade é uma das prioridades. Quando revelou os planos para a área, o CEO da BRF, Lorival Luz, apresentou a ideia da financiamento junto com o presidente do BB, André Brandão.