Equipes recolhem material na Estação Ecológica do Taim para detecção da influenza aviária.
Encontro sobre influenza aviária organizado pela Famurs reuniu nesta quinta-feira (01/6), de forma online, prefeitos e secretários municipais de agricultura do estado, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Fundesa e Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). Na pauta, alinhamento sobre as ações de combate à influenza aviária, que teve seu primeiro caso confirmado em aves silvestres nesta semana.
O presidente da Famurs, Paulo Ricardo Salerno, abriu os trabalhos destacando que os gestores municipais precisam estar cientes do cenário e ter as informações atualizadas sobre a doença no estado. “É importante que os municípios estejam atentos com as questões de biosseguridade, para evitar contaminações em produções comerciais e não haver impacto na economia dos municípios e na economia gaúcha”, afirma.
O secretário adjunto da Seapi, Márcio Madalena, falou da importância da precocidade na identificação e diagnóstico da doença para manter a gripe aviária restrita apenas aos animais silvestres, longe das áreas produtivas. “Nós conseguimos chegar até aqui com muita transparência nas ações, informando todos os agentes sobre a situação e temos que destacar que não há problema no consumo, nem de carne nem de ovos, isto precisa ficar muito claro para todos”, afirma.
“Nós estamos trabalhando com velocidade e responsabilidade, e o Serviço Veterinário Oficial está tendo uma atuação rápida, responsável, o que nos dá muita confiança”, declara José Eduardo dos Santos, presidente da ASGAV. Para ele, é muito importante este nivelamento das ações em todos os âmbitos, porque é a informação que vai ajudar nesta blindagem da doença.
Já o presidente do Fundesa, Rogério Kerber, ressaltou o trabalho de excelência desenvolvido pelo Mapa, Seapi e setor produtivo, com apoio do Fundo. “Nós precisamos estar preparados para os novos desafios. O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, temos importante participação no mercado internacional de carne bovina e suína, estamos ganhando espaço na avicultura de postura e o leite também está chegando aí”, afirma.
O superintendente do Mapa, José Cleber dos Santos, destacou o trabalho conjunto de todas as entidades e o papel do Ministério, que tem esta dupla finalidade: de coordenar as ações e de participar da organização das estratégias de combate.
Balanço das ações
A Secretaria da Agricultura apresentou um balanço das ações desenvolvidas desde a detecção do primeiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1), confirmado na segunda-feira (29/5), em 63 aves silvestres localizadas próximas à Lagoa da Mangueira, no município de Santa Vitória do Palmar, na Estação Ecológica do Taim.
A notificação de animais mortos ou doentes foi atendida pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) e as amostras colhidas foram enviadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (LFDA-SP), unidade referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), que confirmou a doença.
A diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria, Rosane Collares, destacou e agradeceu a rápida mobilização dos prefeitos da região no apoio das atividades. “Agora, o nosso ponto de atenção muda, quando se detecta o primeiro caso. A questão passa a ser agora de todos, não só da cadeia produtiva, ou do Serviço Veterinário Oficial, mas de todos, porque o setor avícola é fundamental para a economia gaúcha”, destaca.
Até o momento, a vigilância está sendo feita em um raio de 10 quilômetros, envolvendo cinco equipes da secretaria, com visita a 114 propriedades do entorno do foco e nenhum caso suspeito de gripe aviária em aves de subsistência. A fiscal estadual agropecuária Ananda Kowalski, do Programa Estadual de Sanidade Avícola, destaca que além das ações de fiscalização, equipes estão usando drones nas áreas de difícil acesso em busca de animais com sinais clínicos da doença e realizando visitas de educação sanitária em escolas e postos de saúde.
“As nossas ações são definidas diariamente, buscando a melhor estratégia de controle”, afirma.
Apesar do foco detectado, o Brasil e o Rio Grande do Sul seguem com status de zona livre de influenza aviária.