Após discutir sobre influenza aviária com os maiores especialistas no assunto, o Fórum Estadual de Influenza Aviária, realizado na sexta-feira (07) pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), concluiu que é essencial a criação de um fundo indenizatório para a avicultura, além do estudo da vacinação como medida de mitigação de riscos. Organizado com apoio da Coordenadoria de Defesa Agropecuária e da Coordenadoria de Câmaras Setoriais, o evento contou com significativa participação do setor, graças à mobilização do Sindicato Rural de Bastos e sua presidente Cristina Nagano.
Desde a detecção do primeiro caso de gripe aviária detectado no estado de São Paulo, em junho de 2023, a Coordenadoria tem mantido vigilância constante sobre os registros. Isso inclui inspeções rigorosas em animais e a implementação de ações de vigilância de porta em porta, com o objetivo de manter o status de livre da doença para a exportação. “Estamos todos nos dedicando a evitar a contaminação das granjas comerciais e eventuais perdas na cadeia produtiva da avicultura paulista”, explica Cristina Nagano, que também é presidente da Câmara Setorial do Ovo, na SAA.
Érico Pozzer, presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), apresentou um panorama do mercado avícola e ressaltou a necessidade de preparação para emergências sanitárias. A pesquisadora Helena Lage falou sobre as peculiaridades patogênicas, mutabilidade do vírus da influenza aviária e como isso dificulta o monitoramento. Em seguida o pesquisador americano David Swainer trouxe uma visão global do tema, abordando os planos de contingência nos Estados Unidos e reforçando o papel da vacinação como medida complementar, apesar dos desafios comerciais que podem surgir.
Representantes do ICMBio falaram sobre a rota migratória das aves e os esforços de vigilância em parceria com outros órgãos. Paulo Blandino, chefe do Programa Estadual de Sanidade Avícola da SAA, explicou como são as ações de comunicação e vigilância para garantir a saúde das aves, e a Secretaria de Saúde do Estado apresentou o trabalho de monitoramento integrado dos casos de influenza aviária.
Os critérios para a compartimentação foram detalhados pelo Ministério da Agricultura, que também abordou a necessidade criação de um serviço veterinário oficial estruturado, além de discutir a vacinação como estratégia mitigadora da influenza aviária no Brasil.
Após as colocações dos especialistas, foi aberto um debate entre os participantes, em que ficou clara a necessidade da criação de um fundo indenizatório para a avicultura e na avaliação da vacinação, destacando a necessidade manutenção e aprimoramento das ações coordenadas para proteger o setor.
“Estamos cobrando a criação do fundo indenizatório, que foi um compromisso do governo do estado, que recentemente assumiu a gestão do Fundesa-Pec. É a medida concreta e necessária, para reduzir impacto de perdas de produtores que eventualmente venham a ser afetados pela influenza aviária”, afirmou Tirso de Salles Meireles, presidente da Faesp.