Outro caso de gripe aviária foi confirmado em uma granja na Georgia, desta vez atingindo uma operação avícola ainda maior, localizada nas proximidades do primeiro caso comercial do estado.
O segundo caso foi detectado por meio de testes de “rotina, pré-retirada” em uma granja no Condado de Elbert, vizinha àquela onde foi registrado o primeiro caso comercial do estado na sexta-feira passada (17). Este segundo local alojava cerca de 130.000 frangos de corte.
A gripe aviária altamente patogênica devastou a indústria avícola em outros estados e agora ameaça a principal commodity da Georgia.
Em 2023, os frangos de corte tinham, a nível de granja, valor de mercado de US$ 5,8 bilhões, de acordo com uma análise divulgada neste mês. O Condado de Elbert estava entre os 10 principais condados do estado para frangos de corte. Naquele ano produziu perto de 75 mil toneladas de frangos vivos.
Como parte do esforço para conter a disseminação, todas as granjas comerciais de aves em um raio de 10 km do local original estarão sob testes intensos por duas semanas. Uma autorização oficial e um teste negativo para gripe aviária são agora necessários para movimentar aves dentro, fora ou mesmo ao redor da zona de vigilância – onde há cerca de 120 operações de aves, de acordo com o Departamento de Agricultura da Georgia.
O comissário de agricultura da Georgia, Tyler Harper, disse em uma declaração que a gripe aviária “continua sendo uma séria ameaça à economia do nosso estado, à indústria número 1 da Georgia e à saúde e segurança (das) aves em nosso estado”.
Como os dois locais estão muito próximos, Harper disse que sua equipe de resposta a emergências conseguiu responder a ambos ao mesmo tempo. O “despovoamento” foi concluído em dois dias, mas o processo de limpeza e desinfecção ainda está em andamento.
“Quero agradecer à nossa equipe do Departamento de Agricultura da Georgia e aos nossos parceiros, que têm trabalhado mais de 12 horas por dia durante um feriado prolongado no frio intenso para proteger a indústria número 1 do nosso estado e as famílias de granjeiros que impulsionam seu sucesso”, disse Harper em um comunicado.
As amostras que levaram a um segundo caso positivo foram coletadas e testadas no laboratório estadual no mesmo dia em que a notícia sobre o primeiro caso foi divulgada na sexta-feira passada. O segundo caso foi divulgado publicamente ontem (22), depois que o laboratório do Departamento de Agricultura dos EUA confirmou o resultado positivo na terça-feira à noite.
Harper proibiu atividades como exposições e shows de aves por tempo indeterminado, mas os produtores e processadores de aves do estado ainda estão a todo vapor.
Ele também procurou tranquilizar os consumidores de que a carne e os ovos dos produtores da Georgia permanecem seguros. Amostras são coletadas de cada rebanho antes que os frangos sejam processados.
“Todo georgiano pode e deve ter 100% de confiança na segurança dos produtos avícolas oferecidos para venda no estado da Georgia”, disse Harper em um comunicado à imprensa no fim de semana.
Antes desses dois casos comerciais, a gripe aviária havia afetado apenas rebanhos domésticos na Georgia, com quatro casos confirmados anteriormente — incluindo apenas neste mês em um rebanho de galinhas e patos no Condado de Clayton.
A cepa H5N1 da gripe aviária altamente patogênica responsável pelos surtos em aves e vacas leiteiras está disseminada em aves selvagens, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.
O CDC considera o risco à saúde pública baixo, mas houve 67 casos confirmados em pessoas, principalmente por contato direto com gado ou aves. A Georgia não teve um caso humano de gripe aviária.
Georgia Recorder – Jill Nolin