No Paraná, a instalação de 64 galinheiros comunitários preocupa o setor produtivo.
O Ministério da Agricultura proibiu novamente a realização de eventos em todo o país com aglomeração de aves. A Pasta também vetou a criação desses animais ao ar livre. As suspensões valem por 180, passíveis de prorrogação. As medidas fazem parte de um conjunto de ações adotadas para prevenir do risco de ingresso e de disseminação da gripe aviária no país.
Medida semelhante já havia sido adotada em 2023. Posteriormente, a Pasta autorizou a retomada dos eventos com aglomeração de aves desde que fossem adotadas medidas de prevenção e controle sanitário.
A suspensão de agora vale para exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves. A exceção é quando o Serviço Veterinário Estadual autorizar a realização mediante a avaliação da situação epidemiológica da Estado em questão e à apresentação de um plano de biosseguridade, pelos organizadores do evento, associações e clubes de criadores, com a descrição das medidas de prevenção e controle para mitigar o risco de introdução e disseminação da influenza aviária de alta patogenicidade.
O Departamento de Saúde Animal vai definir e divulgar as medidas mínimas de prevenção e controle contra a introdução e disseminação da doença para a realização de exposições e torneios com aves. O Brasil é um dos poucos países sem ocorrência de gripe aviária em plantéis comerciais do mundo.
Criação ao ar livre
O ministério também suspendeu a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, em estabelecimentos registrados. A suspensão, diz portaria da Pasta, não vai implicar em prejuízos à certificação concedida às unidades de produção orgânica.
No Paraná, a instalação de 64 galinheiros comunitários preocupa o setor produtivo. A iniciativa é da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) em parceria com a Itaipu Binacional, por meio do programa Itaipu Mais que Energia. Cada galinheiro comunitário terá 100 aves, totalizando 6,4 mil animais no Estado.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep) cobrou providências quanto ao risco de disseminação de doenças dessas unidades para granjas comerciais e citou a gripe aviária. “Se essas unidades não forem devidamente fiscalizadas, aumenta o risco de contaminação, principalmente por aves silvestres migratórias, que podem transmitir a gripe aviária”, disse em nota recentemente. “Isso poderia fechar os mercados internacionais atendidos pelos avicultores paranaenses, causando prejuízos bilionários à agropecuária estadual”, completou a nota.
Questionado, o ministério não respondeu se a portaria gera efeitos sobre essa situação.
As suspensões valem para todas as espécies de aves de produção, ornamentais, passeriformes, aves silvestres ou exóticas em cativeiro e demais aves criadas para outras finalidades.