Zoo de Sapucaia do Sul é o único foco ativo de gripe aviária no RS, diz Ministério da Agricultura

Primeiro caso da doença em granja comercial no Brasil, identificado em Montenegro e já contido, completou um mês neste domingo, 15.

A identificação do primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil completa um mês neste domingo (15). A detecção ocorreu no município de Montenegro, no Vale do Caí, e o foco já foi contido.

Embora o surto em ambientes comerciais esteja controlado, o vírus continua ativo no Zoológico de Sapucaia do Sul — que segue com visitação suspensa. Foram registradas mortes de 166 animais de 11 espécies diferentes no local, segundo a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul (Seapi).

Este é o único foco ainda ativo, de acordo com o monitoramento do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

— Os focos de vida selvagem não são saneados, vão persistindo enquanto houver animais doentes. Como não se elimina todos os animais, acaba prolongando. Mas será feita nova coleta de amostras em aves para verificar se a causa de óbito segue sendo influenza — explica o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Seapi, Fernando Groff.

O início da gripe aviária

Em 15 de maio, o Mapa confirmou a presença do vírus H5N1 em uma granja comercial no município de Montenegro — a divulgação do caso, contudo, ocorreu um dia depois. Foi a primeira vez que o Brasil registrou um foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) na avicultura comercial — até então, os casos estavam restritos a aves silvestres.

Um dia depois, o Mapa confirmou a contaminação de aves no Zoológico de Sapucaia. A coincidência temporal entre os dois focos acendeu o sinal de alerta nas autoridades sanitárias.

Uma análise genética revelou que a cepa do vírus encontrada tanto na granja de Montenegro quanto no zoológico é a mesma que circulou na Estação Ecológica do Taim, em Santa Vitória do Palmar, em 2023.

Segundo Rosane Collares, diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, o resultado da análise genética é positivo, pois indica que a linhagem não sofreu mutações e que também não é inédita no Estado.

Já o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Marcelo Mota, explica que a constatação de que o mesmo vírus infectou as aves na granja comercial e no zoológico mostra que a contaminação veio do ambiente externo.

— As amostras que estavam presentes na granja comercial em Montenegro não são fruto de uma circulação dentro do sistema comercial, vieram do ambiente externo ainda, foram frutos de uma contaminação proveniente do meio ambiente — afirmou.

Medidas de contenção

Diante da gravidade da situação, o governo estadual instalou, em 17 de maio, sete barreiras sanitárias em pontos estratégicos de Montenegro. O objetivo era conter o avanço do vírus, especialmente por meio do controle de veículos de risco, como caminhões de carga viva, ração animal e coleta de leite.

Com a estabilização do cenário e a ausência de novos casos comerciais, o número de barreiras foi reduzido para quatro, em 23 de maio e, posteriormente, em 30 de maio, todas foram desativadas.

Desde então, a fiscalização passou a ser feita por equipes móveis, com vistorias programadas em um raio de 10 km do foco inicial. Ao todo, são 4,1 mil veículos abordados e desinfetados nas barreiras de contenção e volantes, de acordo com a Secretaria de Agricultura.

Os próximos ciclos de vistorias em propriedades e barreiras estão programados para esta segunda (16) e amanhã (17).

Contagem regressiva para o vazio sanitário

O Brasil poderá se declarar livre da gripe aviária em sua avicultura comercial se não houver novos casos confirmados até o dia 18 de junho. O prazo corresponde ao chamado vazio sanitário, um período de 28 dias iniciado em 22 de maio, um dia após a desinfecção completa da granja de Montenegro.

O caso de H5N1 paralisou parcialmente ou totalmente as exportações de frango do Brasil para mais de 30 países e blocos.

Apesar do impacto econômico, autoridades alertam que a influenza aviária, popularmente conhecida como gripe aviária, não oferece riscos à  saúde humana, sobretudo por meio do consumo da carne de aves e de ovos.

 

 

 

 

 

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