A fim de prevenir a entrada da Influenza Aviária no Estado, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) vem buscando parcerias com instituições ambientais para, de forma integrada, reforçar suas atividades técnicas. Uma dessas parcerias é com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), cuja equipe recebeu treinamento sobre a doença nesta quarta-feira (27), realizado pela Gerência do Programa Estadual de Sanidade Avícola, na sede da Agência, com aulas teóricas e práticas.
Mais de 30 servidores do ICMBio, que atuam em vários municípios paraenses, e também nos estados do Amapá e Maranhão, adquiriram conhecimentos teóricos sobre Influenza Aviária, seus aspectos clínicos e outras abordagens, além de participarem de aula prática sobre biossegurança, específica para os servidores do Instituto que trabalham no campo, incluindo ecossistemas de manguezais e praias.
Com o treinamento, o Pará fica mais protegido e preparado para atuar contra a Gripe Aviária, como a doença é mais conhecida.
“Além da Agência de Defesa, onde já estamos preparados tecnicamente para atuar, com várias qualificações realizadas para os servidores, que incluíram treinamentos práticos de coleta de material e necropsias das aves, agora temos o ICMBio também qualificado para atuar junto conosco. Esse trabalho em conjunto é essencial para que possamos realizar um atendimento mais adequado para possíveis casos”, ressaltou a gerente do Programa Estadual de Sanidade Avícola, Lettiere Lima.
Proteção ampliada
“Como fazemos a gestão das unidades de conservação marinhas, e parte delas estão em alerta para a Gripe Aviária, nossas equipes devem estar preparadas para possíveis ocorrências de casos, para entender o que é a doença, como notificar a Agência de Defesa e como utilizar os equipamentos de proteção. Todo esse conhecimento é essencial para o trabalho do Instituto”, informou Maximiliano Niedfeld Rodriguez, analista ambiental do ICMBio, em Belém.
Ele ressaltou que não somente o Pará estará mais protegido e preparado para combater o vírus Influenza, mas também os litorais dos estados do Amapá e Maranhão, onde alguns participantes do treinamento são lotados, e serão agentes multiplicadores das informações adquiridas.
No Pará existem três sítios de aves migratórias no Arquipélago do Marajó (municípios de Breves e São Sebastião da Boa Vista); Baía de Marajó (Vigia de Nazaré, São Caetano de Odivelas e Curuçá) e em Salinópolis, no nordeste paraense.
Passam pelo Pará, três rotas de aves migratórias, e durante a migração do Hemisfério Norte para o Sul há riscos devido às aves infectadas. O principal objetivo do trabalho conjunto é proteger o plantel avícola do Estado, que detém a maior produção do Norte do País e a segunda maior atividade agropecuária do Pará, evitando impactos econômicos para a cadeia produtiva.
A Adepará também trabalha integrando suas gerências no combate à Gripe Aviária. O treinamento foi realizado em conjunto com as gerências técnicas de Revendas Agropecuárias, a cargo de Alexandre Moura Chagas, e do Programa de Sanidade Equídea e Suídea, sob a responsabilidade de Elaine Queiroz Serrão. Ambos abordaram as questões de biossegurança.
Vigilância permanente
Desde os registros de casos da doença em aves silvestres no Brasil, a Agência de Defesa intensifica a vigilância sanitária em propriedades rurais de subsistências, na avicultura industrial e em propriedades urbanas, no centro de Belém, e nas aves selvagens. Atualmente, há registro de 110 casos da doença em aves silvestres e três em aves de subsistência. Não há casos em aves comerciais.
Além da vigilância rotineira, a Adepará mantém veterinários oficiais no campo, realizando a vigilância em várias propriedades, comerciais e de subsistência.