Ontem, a terça-feira (01) chegou ao final com os preços do milho buscando retomar as altas no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Cascavel/PR e Primavera do Leste/MT.
Já as valorizações apareceram nas praças de Ubiratã/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Eldorado/MS e Amambaí/MS.
A análise da Agrifatto Consultoria aponta que “devido ao feriado desta quinta-feira a semana deve ser de poucos negócios no físico com a saca negociada em Campinas/SP ao redor de R$97,00/sc”.
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, parte das consultorias e institutos tem projetado para baixo a produção da safrinha durante a virada de maio para junho. “Isto tem deixado os vendedores/produtores mais cautelosos em ofertar o milho neste momento. Com isto, a referências em Campinas-SP ganharam força”.
Nos últimos dias a StoneX reduziu sua estimativa para a safrinha em 14,7% de maio para junho, ficando agora em 62 milhões de toneladas, a SAFRAS & Mercado espera produção de 61,59 milhões de toneladas, enquanto a Agroconsult aguarda 66,2 milhões e a AgRural projeta apenas 60 milhões de toneladas.
B3
Os preços futuros do milho tiveram para dia de acumular ganhos na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 1,44% e 1,99% ao final da terça-feira.
O vencimento julho/21 foi cotado à R$ 97,30 com alta de 1,44%, o setembro/21 valeu R$ 99,09 com elevação de 1,66%, o novembro/21 foi negociado por R$ 100,05 com valorização de 1,99% e o janeiro/22 teve valor de R$ 101,45 com ganho de 1,45%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o momento é bem positivo para o milho ainda no início da colheita ainda em lavouras muito isoladas e o pico externo ajudando no mercado brasileiro.
“Vem safra aí nas próximas semanas, mas o momento ainda é de cavalinho encilhado. Tem muito produtor com milho da safra de verão que não vendeu, outros que não fizeram posições futuras, então é oportunidade porque a tendencia é uma acomodação na sequência quando vier a safra e houver uma pressão”, dia Brandalizze.
Ainda nesta terça-feira o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas durante o mês de maio.
Nestes 21 dias úteis do mês, o Brasil exportou 13.919,9 toneladas de milho não moído. Este volume representa apenas 55,82% de tudo o que foi registrado durante maio de 2020 (24.933,2).
Já o preço por tonelada obtido registrou elevação de 18,06% no período, saindo dos US$ 269,00 no ano passado para US$ 317,60 neste mês de maio.
A StoneX acredita na exportação de 21 milhões de toneladas neste período, enquanto a SAFRAS & Mercado aposta em 23,9 milhões de toneladas, contra as 34,856 embarcadas na safra 2020. Já o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, acredita que o país ainda tem espaço para confirmar exportações entre 30 e 35 milhões de toneladas.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) finalizou a terça-feira com os preços internacionais do milho futuro disparando. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 28,75 e 32,00 pontos ao término do dia.
O vencimento julho/21 foi cotado à US$ 6,88 com valorização de 32,00 pontos, o setembro/21 valeu US$ 6,02 com ganho de 28,75 pontos, o dezembro/21 foi negociado por US$ 5,77 com elevação de 31,50 pontos e o março/22 teve valor de US$ 5,83 com alta de 31,00 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira, de 4,88% para o julho/21, de 5,06% para o setembro/21, de 5,87% para o dezembro/21 e de 5,62% para o março/22.
Segundo informações do site internacional Successful Farming, no início do mês de junho, os mercados agrícolas do CME Group fecharam em forte alta sendo impactados tanto por geadas quanto por tempo seco nas lavouras norte-americanas.
“Os mercados estão girando em alta hoje, à medida que tentam obter uma melhor compreensão de quanto dano foi causado à safra no fim de semana devido à geada. Em forte contraste com o clima do último fim de semana, a previsão estendida mostra um padrão de clima quente e seco em grande parte do cinturão do milho. Embora o calor seja bem-vindo, muitas áreas estão caminhando sobre uma linha tênue entre chuva apenas o suficiente e chuva insuficiente”, disse Britt O’Connell, da ever.ag.
“O padrão geral parece muito seco para a maior parte das planícies centrais e superiores e uma boa parte do meio-oeste pelas próximas duas semanas. Essencialmente, o que vai acontecer é que a Cadeia Atlântica Ocidental – muitas vezes referida como o Alto das Bermudas – vai se formar no terço oriental do CONUS. O efeito será interromper a precipitação para a costa leste e uma boa parte do meio-oeste e planícies superiores, mas aumentar as chances de chuva nas planícies inferiores e na costa do Golfo”, acrescenta David Tolleris, da WxRisk.com.