Segundo lideranças dos setores, o repasse total dos aumentos dos insumos como milho e farelo de soja podem afugentar ainda mais o consumidor já descapitalizado.
Com os preços altos dos principais insumos para a alimentação de suínos e aves e a diminuição do consumo de proteínas no mercado interno, as cadeias de produção de peroteína animal e de rações têm absorvido boa parte destes custos para evitar repassá-los à ponta consumidora. Quem explica esta dinâmica de mercado é o CEO do Sindirações, Ariovaldo Zani, e o diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.
Conforme Grolli explica, de julho de 2020 a janeiro deste ano, o preço da saca de milho subiu 70%; no mesmo período, o farelo de soja aumentou 55%. “Isso, no final das contas, resultou em um aumento em torno de 60% no custo da ração. O consumidor não está pagando esse aumento nos custos, e a integradora está sustentando”, disse.
Zani aponta que os elevados preços nos insumos devem continuar em patamares altos em 2021 mas, por enquanto, o setor de rações ainda não se preocupa com uma possível escassez de insumos.
“Entretanto, é preciso que haja alternativas para tentar controlar os preços no mercado interno, como a aprovação de importação de algumas variedades de milho geneticamente modificado exclusivamente para alimentação animal”, disse.