Conscientizar para preservar: o papel da educação no uso responsável de antimicrobianos

A prevenção à resistência aos antimicrobianos é um desafio que exige mais do que tecnologia ou fiscalização. Exige trabalho conjunto, conhecimento, conscientização e mudança de comportamento. De 18 a 24 de novembro, o mundo celebra a Semana Mundial de Conscientização sobre a Resistência Antimicrobiana (WAAW, na sigla em inglês), promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A data é um convite à reflexão e à ação — um momento para lembrar que preservar a eficácia dos medicamentos depende, antes de tudo, da forma como cada pessoa, produtor, profissional ou instituição compreende e atua diante do problema.

A resistência antimicrobiana, ou RAM, ocorre quando microrganismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas desenvolvem a capacidade de resistir aos efeitos dos medicamentos que antes eram eficazes. Esse processo natural é acelerado pelo uso incorreto ou imprudente de antibióticos e outros fármacos. As consequências vão muito além da saúde individual: o aumento da resistência ameaça a segurança alimentar, encarece tratamentos e coloca em risco a medicina moderna como a conhecemos.

Por isso, educar é o primeiro passo para prevenir. A conscientização é a ferramenta mais poderosa para  o enfrentamento da RAM. É o conhecimento que constrói os pilares que fundamentam o uso prudente. Medidas adicionais de biosseguridade, manejo eficiente dos animais, bem-estar animal, e outras ferramentas preventivas para proteção dos plantéis, além de   prescrição criteriosa feita por um médico veterinário promovem a continuidade do uso responsável.

No Brasil, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) participa dessa mobilização global com uma série de ações de educação e engajamento, incluindo a campanha “Uso Consciente, Futuro Sustentável” (www.todoscontraram.com.br), voltada à difusão de informações e boas práticas sobre o uso racional de medicamentos veterinários. A iniciativa reforça que o combate à resistência não se faz com proibições isoladas, mas com conhecimento aplicado — unindo prevenção, manejo sanitário e responsabilidade compartilhada.

A ABPA também lançará, durante a WAAW, um manual técnico sobre Biosseguridade, e promoverá um webinar técnico reunindo especialistas e representantes do setor produtivo. As ações têm um objetivo comum: transformar informação em prática e fortalecer a cultura de prevenção no dia a dia das granjas e indústrias.

Na produção animal, a educação é elemento-chave  para a transformação.. Promover cursos, treinamentos e materiais educativos é tão importante quanto investir em laboratórios e pesquisas.

A conscientização também precisa alcançar toda a sociedade. Resistência antimicrobiana não é um tema restrito a médicos e veterinários. Ela diz respeito a todos: governos, produtores, consumidores e profissionais de saúde. É um problema coletivo, e a solução também precisa ser. A informação tem o poder de conectar esses elos e gerar responsabilidade compartilhada.

Educar é um ato de preservação. Quando produtores entendem o impacto do uso incorreto de medicamentos, quando profissionais atualizam seus protocolos e quando consumidores compreendem o valor dos alimentos produzidos com responsabilidade, damos um passo real para conter a resistência.

O uso consciente de antimicrobianos é uma lição que precisa ser ensinada e reaprendida todos os dias. Ao investir em educação e conscientização, estamos garantindo que as ferramentas que salvam vidas hoje continuem eficazes amanhã. Mais do que uma meta sanitária, trata-se de um compromisso com o futuro da saúde e da segurança alimentar do planeta.

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