Contas de empresas sem acesso ao mercado externo têm ficado no vermelho

Exageros dos investidores à parte, os donos de frigoríficos não têm muitos motivos para comemorar. A forte alta do principal custo de produção – o boi gordo representa 80% das despesas operacionais – espremeu as margens das indústrias. Frigoríficos sem acesso internacional trabalham no vermelho.

Grandes exportadores de carne bovina, como JBS, Marfrig e Minerva, inevitavelmente terão resultados mais fracos na operação brasileira. De acordo com duas fontes, a margem Ebitda, que era de dois dígitos no último ano, deve ficar mais próxima de 8%. Alguns fatores, como o negócio de industrializados – a Marfrig é forte em hambúrguer – atenua o impacto negativo do boi.

“Para os frigoríficos que não exportam, está bem complicado. A carne não está conseguindo acompanhar essa alta do boi. É bem perigoso”, diz Lygia Pimentel, sócia-diretora da consultoria Agrifatto.

De acordo com César Castro Alves, analista do Itaú BBA, o aumento do preço do boi gordo neste início de ano é surpreendente. Normalmente, afirma ele, esse período é marcado por acomodação ou queda dos preços. No entanto, o atraso das chuvas fez com que a oferta de gado, já restrita em razão do ciclo pecuário, ficasse ainda menor.

Na indústria, há esperança de que entre março e abril a oferta tenha uma ligeira melhora. Estruturalmente, porém, o cenário é de severa restrição de oferta. O preço do bezerro estimula que os criadores retenham mais vacas. “Para o boi cair neste ano, só um cisne negro”, acrescenta Alves.

Diante desse cenário, o abate de bovinos no Brasil deverá cair mais uma vez em 2021. Além da menor disponibilidade de matéria-prima, a fraqueza do mercado doméstico também joga contra os abates. De acordo com o executivo de um grande frigorífico, na comparação com dezembro, a demanda dos supermercados caiu cerca de 30% no mês passado. Ainda que o consumo seja naturalmente maior no último mês do ano, fazendo com que o recuo seja esperado, a diminuição da demanda vista em janeiro chamou atenção – e pode já ser um reflexo do fim do pagamento do auxílio emergencial. “Nunca tivemos um janeiro tão fraco”, afirmou.

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