Em agosto o ovo foi, pode-se dizer, exceção entre os alimentos de origem animal, pois seus preços registraram evolução positiva. Terá sido efeito do reinício do ano letivo e da volta da merenda escolar?
O fato é que, no decorrer do mês, chegou-se a superar o valor recorde registrado em abril (últimos dias da Quaresma) e, com isso, atingiu-se, nominalmente, novo recorde histórico de preço.
Mas – é importante ressaltar – isso foi conseguido com muito esforço do setor produtivo. E, infelizmente, teve curta duração, pois, mal iniciada a segunda quinzena do mês, desencadeou-se processo de deterioração das condições do mercado, com inevitável retrocesso de preços, só estabilizados nos últimos dias de agosto.
Assim, enquanto na primeira metade de agosto o produto registrou valorização média ligeiramente superior a 12%, no decorrer da segunda quinzena desvalorizou-se perto de 11%, fechando o mês com valor menos de 1% superior ao do fechamento de julho.
De toda forma, o bom desempenho observado na primeira quinzena garantiu que a média mensal atingisse novo recorde, com valorização mensal próxima de 8,5% e anual de quase 23%.
Já a média registrada nos oito primeiros meses de 2022 ficou 20% acima da registrada em idêntico período ano passado, enquanto em relação aos 12 meses de 2021 o ganho se encontra, nominalmente, em quase 25% e, em termos reais (isto é considerada a inflação oficial) em pouco mais de 16%.
Seria isso uma demonstração de que o ovo continua sendo exceção entre as proteínas de origem animal? De forma alguma. Pois, em relação ao período pré-pandêmico (oito primeiros meses de 2019), seus preços foram corrigidos em pouco mais de 90%, enquanto seu principal custo, o do milho, aumentou 132%. Ou seja: por ora, seu preço médio alcança não mais que 83% do aumento de custo.