A detecção de um caso de gripe aviária na Colômbia acendeu o sinal de alerta no Brasil, apesar de não ter sido detectada em aviários comerciais. O Ministério da Agricultura divulgou um comunicado reforçando a importância da prevenção e ressaltando a responsabilidade de toda a cadeia produtiva da avicultura em manter longe a doença, que nunca foi detectada no território nacional.
“Com a recente notificação de IAAP (Influenza Aviária Altamente Patogênica) em um país da América do Sul e o grande número de ocorrências de IAAP reportadas em diversos países, o Departamento de Saúde Animal solicita a notificação imediata de casos suspeitos ao SVE (Serviço Veterinário Estadual)”, diz o Mapa.
O caso de gripe aviária na Colômbia foi confirmado no início de outubro pela Organização Internacional de Saúde Animal. A área onde o foco foi localizado é distante da fronteira com o Brasil. No entanto, a cepa detectada foi a H5N1, considerada de alto risco de contagio (altamente patogênica).
Apesar disso, o Ministério da Agricultura informa que vem trabalhando em conjunto com o setor privado para a adoção de medidas preventivas. Neste ano, informa a pasta, no comunicado, foram dadas novas orientações para vigilância e notificação de suspeitas não apenas de gripe aviária, mas também da doença de Newcastle, da qual o Brasil também é considerado área livre.
“O trabalho realizado tem como objetivo minimizar o risco de ocorrência da doença no país, considerando a situação mundial da IA (Influenza Aviária) e a disseminação do vírus, principalmente por aves silvestres”, explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes, no comunicado.
No comunicado, o Ministério reforça também a necessidade do cumprimento de ações de vigilância contra a doença. E a importância dos produtores estarem sempre atentos às condições de biosseguridade nas granjas brasileiras.
Risco comercial
Além do risco sanitário, de perdas severas na produção, a ocorrência de gripe aviária representa um risco comercial para o país onde o foco da doença é identificado. No caso do Brasil, o fato de nunca ter registrado casos de influenza e ser considerado zona livre tem sido apresentado por representantes do setor como um diferencial competitivo para ganho de espaço no mercado internacional.
De janeiro a outubro deste ano, as exportações brasileiras de carne de frango totalizaram 394 mil toneladas, baixa de 0,8% em comparação com o mesmo período no ano passado. A receita dos exportadores somou US$ 8,195 bilhões, aumento de 29,3%, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Nas duas primeiras semanas de novembro, a média diária dos embarques foi de 20,216 mil toneladas, de acordo com dados do Ministério da Economia. No mesmo período em 2021, o volume médio embarcado foi de 16,099 mil toneladas.