A China importou 1,02 milhão de toneladas de carne em março, mostraram dados alfandegários divulgados nesta terça-feira, 13. É o maior volume mensal registrado desde janeiro de 2020 e decorre do fato de o maior comprador mundial de carne continuar a estocar para preencher a escassez doméstica.
As importações aumentaram 11,4%, ante 919 mil toneladas em março de 2020, mostraram os dados, mesmo depois que os preços locais da carne suína caíram acentuadamente desde o início do ano. A Administração Geral das Alfândegas da China começou a publicar dados para as importações combinadas de carne no ano passado.
Isto ocorre no momento em que a produção chinesa de carne suína, sua carne básica, continua sendo afetada pela doença mortal do porco, a peste suína africana, que atingiu o país em 2018.
O grande volume é provavelmente um recorde, de acordo com Pan Chenjun, analista sênior do Rabobank, e reflete a expectativa do mercado de uma escassez substancial de carne após novos surtos de peste suína durante o inverno.
“As pessoas também pensaram que a pandemia havia acabado, mas não foi”, disse ela, observando que a demanda não foi tão forte quanto o esperado.
O sentimento do mercado mudou desde o final de março, disse Pan.
Uma onda severa de infecções no primeiro trimestre eliminou pelo menos 20% do rebanho reprodutor no norte da China, disseram fontes da indústria e analistas à Reuters. Isto fez com que alguns produtores entrassem em pânico e matassem porcos em início de criação.