Se a inflação vem aumentando – em fevereiro registrou variação de 0,83%, índice mais elevado dos últimos 12 meses – não é por culpa de aves e ovos. Pelo contrário, eles vêm contribuindo para a minimização do índice, pois, em um ano, acumulam variação negativa de 3,42%, enquanto a variação acumulada pelo IPCA, positiva, ficou em 4,50%.
Individualizando por item – frango inteiro, frango em pedaços e ovo de galinha – em apenas uma Região Metropolitana (RM) o frango inteiro registrou evolução anual acima do IPCA (5,56% em Vitória). Em outras duas (Salvador e Belo Horizonte) teve variação positiva, mas inferior à do IPCA, enquanto nas restantes sete RMs a variação foi negativa. E o destaque, aqui, vai para Belém, onde o frango inteiro ficou 13,15% mais barato que há um ano.
Com o frango em pedaços o recuo foi quase geral. Apenas Salvador registrou ligeiro aumento, ainda assim infinitamente menor que o índice inflacionário, pois apenas de 0,21%. Na média nacional, o frango em pedaços ficou quase 5% mais barato.
Já as indicações relativas ao ovo, inúmeras vezes acusado de ser um dos vilões da inflação, indicam injustiça em relação ao alimento, pois em quatro RMs o preço registrado foi inferior ao de um ano atrás, enquanto em outras cinco, mesmo registrando aumento, a variação foi inferior à da inflação.
Em outras palavras, a única exceção do ovo em relação às 10 RMs acompanhadas pelo IBGE recaiu sobre o Rio de Janeiro, onde o preço do alimento em fevereiro ficou 8,65% acima do alcançado no mesmo mês do ano passado. Terá sido o efeito Carnaval?