Visto como uma das principais pontes entre o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o agro e possível ministro para área, o ex-deputado federal Neri Geller (PP-MT) disse há pouco que os nome para a coordenação do grupo temático da transição para o setor devem ser anunciados até a próxima segunda-feira (14). Ele se reúne nesta tarde com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), sede do gabinete de governo transitório.
Segundo Geller, o grupo temático para o agro deve contar com cinco membros. Além dele próprio, estão praticamente confirmados os nomes do senador Carlos Fávaro (PSD-MT) e o empresário também mato-grossense Carlos Augustin. “Serão cinco nomes, queremos fazer bem regionalizado”, afirmou. “Não vamos discutir o Centro-Oeste, vamos discutir o Brasil”, completou.
Como antecipado pelo Broadcast Agro, a senadora Kátia Abreu (PP-TO) deve participar das conversas, e Geller confirmou que o grupo temático deve contar com nomes indicados pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), além da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
“A intenção é que a gente possa acalmar o setor, trazer para dentro e iniciar o diálogo. A eleição já passou”, destacou. “Não tem nada de ministro, estamos falando de transição. Queremos dar evidência à equipe técnica”, acrescentou, citando que também serão formados subgrupos dentro desse time.
Após a reação negativa do mercado ao discurso de Lula a parlamentares ontem, Geller avaliou que o setor privado “precisa ser acalmado” e ressaltou que o novo governo deve mostrar que haverá estabilidade e responsabilidade pelos próximos quatro anos. O ex-parlamentar citou diversas medidas para o agro tomadas nos governos petistas, como a renegociação de dívidas e abertura e linhas de crédito com juros reduzidos para o setor.
“O agro conquistou tanto mercado lá fora com o presidente Lula. O presidente tem sim como falar com o setor pelo que já foi feito e agora é bola para frente, mostrar que há estabilidade. Essas reclamações, esses movimentos, tem muita fake news nisso. Precisa baixar poeira agora e precisamos nos aproximar do agro para discutir as políticas que o setor quer”, reiterou.