Segundo Nélio Hand, criações de fundo de quintal devem ter, ainda que em menor escala, proteções semelhantes Às granjas comerciais para evitar propagação do vírus da influenza aviária.
O Espírito Santo vive um momento delicado em relação à gripe aviária, que foi registrada pela primeira vez no país no Estado no dia 15 de maio. Até o momento, são 28 ocorrências no território capixaba, sendo uma delas confirmada ontem (27) em um pato de criação de subsistência no Município de Serra. Inclusive, esta ocorrência motivou o Governo do Japão a suspender de forma temporária as importações de carne de frango do Espírito Santo. Atualmente, o Brasil registra 53 casos da doença.
Nélio Hand, que é diretor executivo da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves), explica que as criações de subsistência são uma preocupação extra, já que muitas delas não possuem proteção e que podem propagar o vírus da influenza aviária para o setor comercial.
Para Hand, ainda que em menor escala, as criações de fundo de quintal precisam ter proteção semelhante à que é aplicada em granjas comerciais, como telas resistentes e bem fechadas nos galinheiros, proteção da comida e água que são oferecidas às aves e limpeza no entorno do galinheiro para evitar atrair animais que sejam vetores da doença.
Mais do que isso, a liderança explica que há um trabalho sendo desenvolvido junto às autoridades desde o Governo Federal até as prefeituras dos municípios capixabas para evitar a propagação da doença. Vale lembrar que, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o maior Município brasileiro produtor de ovos é Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo.
“Essa questão do embargo por parte do Japão já está sendo questionada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mas ainda é muito incipiente para se falar em consequências imediatas. Claro, que se isso se prolongar, ainda que o Espírito Santo exporte uma quantidade de carne frango pequena para o Japão, isso pode acabar virando produto para o mercado interno, pressionando os preços para baixo. E se isso motivar outros países a fazerem o mesmo, aí sim poderá haver desmobilização de plantas processadoras e impactos nos empregos na cadeia produtiva”, disse.