Ontem, a quinta-feira (13) chegou ao final com os preços do milho recuando no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas valorizações em nenhuma das praças.
Já as desvalorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Eldorado/MS e Cândido Mota/SP.
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “os negócios seguem escassos no Brasil, com indicações nominais e pouco volume na maioria das regiões produtoras”.
Enquanto isso, a estiagem segue presente nas lavouras em diversas regiões produtoras. A região de Pato Branco no Paraná, por exemplo, registrou um dos piores meses de abril dos últimos 40 anos no quesito de chuvas em uma estiagem que estendeu até o começo de maio. Essa situação causou impactos diretos no desenvolvimento das lavouras desta segunda safra de milho e de feijão.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Pato Branco/PR, Oradi Caldato, o milho pegou esta seca bem no momento de pendoamento e se algumas precipitações não tivessem acontecido na última semana muitas lavouras iriam ter perda total. A liderança acredita que essa chuva dos últimos dias salvou entre 40 e 50% do milho e que a produtividade esperada já está em apenas 50 sacas por hectare.
De todos os estados do Brasil com produção de milho safrinha, Mato Grosso vem se destacando neste momento pelas condições de safra mais satisfatórias, em comparação com outras regiões do país. Mas esse cenário poderá ser impactado por uma forte onda de seca nas próximas semanas, aponta uma análise da Geosys Brasil.
“A onda de frio da primeira semana de maio passou e não trouxe problemas às áreas de milho safrinha. Mas, a previsão aponta agora para a elevação gradativa da temperatura e a seca deve ganhar força. Se essa tendência de falta de chuva no Mato Grosso ocorrer, o índice de umidade do solo vai sofrer uma queda brusca e se aproximar do registrado em 2016, ano em que a seca provocou quebra de safra”, aponta Felippe Reis, analista de cultura da Geosys Brasil.
B3
Os preços futuros do milho foram perdendo força ao longo da quinta-feira e encerraram o dia caindo na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações negativas entre 0,16% e 4,87%.
O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 102,16 com baixa de 0,16%, o julho/21 valeu R$ 97,89 com desvalorização de 4,87%, o setembro/21 foi negociado por R$ 95,50 com perda de 4,02% e o novembro/21 teve valor de R$ 95,50 com queda de 4,07%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as condições de clima para o milho melhoram em todo o mundo de ontem para hoje, seja na China, leste europeu, Estados Unidos e no Brasil.
“O investir não quer risco, ele quer fazer lucro e está olhando para a parte de baixo. No Brasil, a chuva de ontem no Paraná não recupera as lavouras, mas deixa de perder mais”, diz.
Brandalizze destaca ainda que, neste momento, ainda ninguém quer vender. “Todo mundo segurando a oferta. O mercado fica em R$ 100,00 ou R$ 105,00 mas não tem muito espaço para subir já que o mercado de ovos e rações já estão estrangulados”.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) despencou nesta quinta-feira para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registraram movimentações negativas entre xxx e xxx pontos ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 7,19 com perda de 38,40 pontos, o julho/21 valeu US$ 6,74 com desvalorização de 40,00 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 5,83 com baixa de 38,40 pontos e o dezembro/21 teve valor de US$ 5,58 com queda de 34,75 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última quarta-feira, de 5,02% para o maio/21, de 5,60% para o julho/21, de 6,12% para o setembro/21 e de 5,90% para o dezembro/21.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho tiveram cortes acentuados na quinta-feira, com os traders desconsiderando uma nova grande venda para a China anunciada esta manhã, focando em dados de oferta e demanda de baixa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e uma aceleração no progresso do plantio.
“Isso levou a uma rodada de vendas técnicas e realização de lucros hoje, com os futuros caindo até 40 centavos de dólar e atingindo o limite de baixo para o contrato julho/21”, pontua o analista da Farm Futures, Ben Potter.