Ontem, a quarta-feira (06) chegou ao fim com novas elevações para preços do milho no mercado interno brasileiro, apesar da algumas quedas começarem a aparecer. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Londrina/PR (0,68% e preço de R$ 73,00), Brasília/DF (2,78% e preço de R$ 70,00) e Rio do Sul/SC (8,43% e preço de R$ 76,00).
Já as valorizações apareceram nas praças de Palma Sola/SC (1,33% e preço de R$ 76,00), Panambi/RS (1,36% e preço de R$ 76,02), Ponta Grossa/PR e Amambaí/MS (1,37% e preço de R$ 74,00), Não-Me-Toque/RS e Cascavel/PR (1,39% e preço de R$ 73,00), Dourados/MS (2,74% e preço de R$ 75,00), Campo Grande/MS e São Gabriel do Oeste/MS (2,86% e preço de R$ 75,00) e Jataí/GO e Rio Verde/GO (12,90% e preço de R$ 12,90).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “a busca em recompor os estoques das granjas e indústrias trouxe uma correção rápida das cotações no mercado físico. Apesar disto, as condições das lavouras no Brasil mostram vigor e pouca alteração em relação às semanas anteriores”.
Em Goiás, por exemplo, os preços do milho no estado se mantiveram estáveis na última semana de 2020.
“Como é comum na semana entre as festas de fim de ano, o mercado do milho em Goiás registrou um período de praticamente ausência de negociações. Frente a isso, os preços praticamente estiveram sem variação na semana. Este movimento esteve em consonâncias com as outras regiões do país, que na semana registraram até mesmo variação positiva. Os preços no mercado futuro e o câmbio colaboraram com este cenário”, explica o Ifag.
Já no Mato Grosso do Sul, a Famasul divulgou que o preço da saca do milho no estado encerrou o mês de dezembro cotado à R$ 62,56. Já no ano de 2020, o preço médio da saca ficou em R$ 48,25, um aumento de 61,64% no comparativo com 2019, quando o cereal havia sido cotado, em média, a R$ 29,85/sc.
B3
Os preços futuros do milho registram os primeiros recuos de 2021 na Bolsa Brasileira (B3). Após subirem na segunda-feira, na terça-feira e na primeira metade da quarta-feira, as principais cotações encerraram o dia com movimentações negativas entre 0,34% e 1,54%.
O vencimento janeiro/21 foi cotado à R$ 82,85 com desvalorização de 1,54%, o março/21 valeu R$ 84,85 com perda de 1,52%, o maio/21 foi negociado por R$ 81,30 com baixa de 1,32% e o julho/21 teve valor de R$ 74,15 com queda de 0,34%.
Para a consultoria Itaú BBA, as cotações do cereal no Brasil devem permanecer firmes no curto prazo. “A combinação entre estoques de passagem em patamares próximos aos observados em 2019 e a quebra de produção da safra de verão no RS e SC devem deixar o balanço bastante equilibrado no 1º semestre do ano”, explica a publicação.
Por outro lado, os analistas destacam que há preocupações em relação à capacidade da indústria local demandante do milho absorver altas adicionais diante das margens mais baixas de tais players.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro tiveram mais um dia de altas na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 3,25 e 3,50 pontos ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 4,95 com ganho de 3,25 pontos, o maio/21 valeu US$ 4,96 com valorização de 3,50 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 4,94 com elevação de 3,50 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,55 com alta de 3,50 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última terça-feira, de 0,81% para o março/21, de 0,81% para o maio/21, de 0,82% para o julho/21 e de 0,66% para o setembro/21.
Segundo informações da Agência Bloomberg, o milho segue subindo para máximas de 6 anos com protestos de agricultores e clima seco na América do Sul ameaçando restringir ainda mais os suprimentos.
“Os mercados de grãos dispararam no mês passado devido ao clima adverso e à medida que alguns países restringiram as exportações para garantir o abastecimento local. A Argentina anunciou na semana passada uma suspensão temporária das licenças de exportação de milho, levando os produtores a planejarem uma suspensão das vendas de três dias em janeiro em protesto”, aponta Megan Durisin da Bloomberg.
A publicação destaca ainda que a seca na América do Sul ajudou a aumentar as preocupações para as safras de milho do Brasil e da Argentina.
“As preocupações com a oferta surgem em um momento em que a onda de compra de safras da China e as apostas em uma recuperação econômica estão colocando as commodities de volta na moda. A demanda por grãos para ração no país asiático está crescendo à medida que sua enorme indústria de suínos se recupera de uma doença suína, e os fundos de hedge têm uma posição de compra líquida quase recorde nos mercados agrícolas”, diz Durisin.
“Os perigos para a produção global de milho são claros e presentes. As safras da Argentina e do Sul do Brasil estão avançando em meio à seca e apenas chuvas intermitentes são esperadas. As reduções de rendimento acumularão pressão sobre um programa de exportação dos EUA quase no limite”, escreveram analistas do Rabobank, incluindo Stefan Vogel.