Ontem, a terça-feira (13) chegou ao final com os preços do milho mais altos no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.
Já as valorizações apareceram no Oeste da Bahia (0,34% e preço de R$ 73,75), Castro/PR (1,05% e preço de R$ 96,00), Palma Sola/SC (1,09% e preço de R$ 92,50), Ponta Grossa/PR (1,09% e preço de R$ 93,00), São Gabriel do Oeste/MS (3,53% e preço de R$ 88,00) e Brasília/DF (3,95% e preço de R$ 79,00).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, os preços físico do milho seguiram firmes em Campinas/SP com base na escassez de negócios e o produtor retendo a produção. “Com as granjas de frangos e de suínos com margens apertadas, é possível pensar em algum ajuste de consumo nos próximos dias por parte deste segmento”.
A Agrifatto Consultoria analista que, com o dólar voltando aos R$ 5,74 e a dificuldade latente em encontrar milho no mercado interno, o preço do cereal seguiu avançando, a referência para negócios em Campinas/SP agora é de R$ 96,00/sc.
Para a SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho deve manter um movimento calmo nos negócios, diante do quadro de oferta limitado no cenário doméstico.
“Ontem (12), o mercado brasileiro de milho teve um dia calmo na comercialização. As cotações seguiram sustentadas e com poucas alterações nas principais praças de negócios do Brasil. A oferta segue ajustada em relação à demanda”, diz a agência.
B3
Os preços futuros do milho subiram nesta terça-feira na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 1,87% e 2,91% ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 103,90 com elevação de 1,87%, o julho/21 valeu R$ 99,35 com alta de 1,90%, o setembro/21 foi negociado por R$ 93,95 com ganho de 2,73% e o novembro/21 teve valor de R$ 94,88 com valorização de 2,91%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado segue firme porque a primeira safra foi menor do que a demanda (consumo de 35 milhões de toneladas no primeiro semestre para uma colheita de 23 milhões) e já não tínhamos grandes estoques.
“Estamos vendo a B3 acima dos R$ 100,00 e isso vai estrangulando alguns setores como o setor do ovo e do suíno independente que estão sofrendo com isso. O pouco milho que tem disponível está na mão de produtores capitalizados e que seguram o milho para ver”, pontua o analista.
Brandalizze acrescenta que, para o segundo semestre, a B3 também segue em alta como reflexo do temor da safrinha. “Temos entre 60 e 70% plantado depois da janela ideal e em um período de risco. Agora começam a aparecer regiões sem chuvas e as perdas são bem rápidas. Isso reflete no mercado e manda para cima”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também fechou a terça-feira altista para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 7,75 e 11,00 pontos ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 5,80 com valorização de 11,00 pontos, o julho/21 valeu US$ 5,66 com ganho de 10,50 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 5,17 com elevação de 10,00 pontos e o dezembro/21 teve valor de US$ 5,04 com alta de 7,75 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 1,93% para o maio/21, de 1,80% para o julho/21, de 1,97% para o setembro/21 e de 1,61% para o dezembro/21.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho nos Estados Unidos subiram na terça-feira, se recuperando de dois dias de quedas nas compras vantajosas por fundos de investimento e preocupações com a oferta restrita das commodities.
Os contratos de novas safras também aumentaram, com traders dizendo que grandes safras de ambas as safras eram necessárias para atender à demanda dos setores doméstico e de exportação.
“O trabalho do mercado é incentivar os agricultores a expandir a área plantada nos próximos 45 dias”, escreveu o economista-chefe de commodities da StoneX, Arlan Suderman, em nota ao cliente.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) disse que os fazendeiros dos EUA conseguiram plantar 4% de sua área plantada de milho até o último domingo, abaixo do intervalo de estimativas de analistas em uma pesquisa da Reuters.
“O que se fala nos campos é que muito trabalho está sendo feito, mas os agricultores pararam de semear milho até que as coisas esquentem”, disse Charlie Sernatinger, diretor global de futuros de grãos da ED&F Man Capital, em nota.