Ontem, a segunda-feira (14) chegou ao fim com os preços do milho caindo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas valorizações apenas na praça do Oeste da Bahia.
Já as desvalorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Rio do Sul/SC, Itiquira/MT, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF, Dourados/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Eldorado/MS, Amambai/MS e Cândido Mota/SP.
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “as cotações do milho têm recuado consecutivamente nos últimos dias com o dólar mais ancorado e o início da colheita da safrinha em algumas regiões do país”.
A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta que, “com a saca de milho negociada no nível de R$95,00 o indicador de negócios em Campinas/SP registra o menor patamar dos últimos 45 dias”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, os preços do milho passaram a cair no mercado spot da maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea.
Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem da proximidade da colheita da segunda safra 2020/21. “Agora, compradores estão adiando as negociações de grandes lotes, na perspectiva de melhores oportunidades com o avanço da colheita. Vendedores, por sua vez, estão receosos em ofertar volumes elevados, visto que os estoques estão baixos e muitos ainda estão incertos quanto à produtividade das lavouras”.
Dados divulgados na semana passada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmam queda de 6,8% na produção de milho segunda safra 2020/21 frente à temporada passada, agora estimada em 69,9 milhões de toneladas.
B3
Os preços futuros do milho encerraram a segunda-feira recuando na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações negativas entre 2,53% e 4,09% ao final do primeiro dia da semana.
O vencimento julho/21 foi cotado à R$ 90,06 com queda de 2,53%, o setembro/21 valeu R$ 91,10 com desvalorização de 4,09%, o novembro/21 foi negociado por R$ 92,69 com baixa de 3,95% e o janeiro/21 teve valor de R$ 94,20 com perda de 4,07%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, mesmo perdendo valores, as cotações do milho seguem muito positivas na B3, continuando acima dos R$ 90,00, o que configura excelentes cotações.
“Talvez possa cair mais porque a proximidade da colheita nas próximas semanas pode entregar um pouco mais. O porto hoje está entre R$ 76,00 e R$ 78,00 então é preciso ficar atento. Nós vamos colher uma safra menor por casa do clima, mas vai ter muito milho e a demanda interna é para 40 milhões de toneladas, mas vai colher no mínimo 60 milhões”, aponta.
Também nesta segunda-feira, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas durante as duas primeiras semanas do mês de junho.
Nestes 8 dias úteis do mês, o Brasil exportou 1.621,5 toneladas de milho não moído. Este volume é apenas 11,64% do total contabilizado durante o último mês de maio todo (13.919,9) e apenas 0,51% de tudo o que foi registrado durante junho de 2020 (312.210,8).
Já o preço por tonelada obtido registrou elevação de 691,21% no período, saindo dos US$ 163,00 no ano passado para US$ 1289,60 neste mês de junho.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) despencou neste primeiro dia da semana para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 25,25 e 31,25 pontos ao final da segunda-feira.
O vencimento julho/21 foi cotado à US$ 6,59 com baixa de 25,25 pontos, o setembro/21 valeu US$ 5,98 com desvalorização de 31,25 pontos, o dezembro/21 foi negociado por US$ 5,81 com perda de 28,50 pontos e o março/21 teve valor de US$ 5,88 com queda de 28,00 pontos.
Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última sexta-feira, de 3,65% para o julho/21, de 4,93% para o setembro/21, de 4,60% para o dezembro/21 e de 4,55% para o março/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho nos Estados Unidos caíram cerca de 4% na segunda-feira em uma mistura de vendas técnicas e previsões para melhorar o clima no meio-oeste, à medida que a safra se aproxima de uma fase importante de crescimento.
“O mercado vendeu com gosto da noite para o dia depois que os modelos climáticos de fim de semana ficaram mais frios e úmidos em muitas áreas importantes de produção agrícola dos Estados Unidos”, escreveu Arlan Suderman, economista-chefe de commodities da StoneX, em uma nota aos clientes.
A publicação destaca que, alguns analistas viram as quedas nos grãos de segunda-feira como uma venda subsequente, após fracos fechamentos na sexta-feira nos futuros de milho e óleo de soja da CBOT. “Os fundos de commodities mantêm posições longas líquidas consideráveis em ambas as commodities, deixando os mercados vulneráveis a crises de liquidação de longo prazo”, relata Julie Ingwersen da Reuters Chicago.