Ontem, a terça-feira (25) chegou ao final com os preços do milho novamente mais baixos no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas valorizações apenas em Tangará da Serra/MT.
Já as desvalorizações apareceram nas praças de Ponta Grossa/PR, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Rio do Sul/SC, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Durados/MS, Eldorado/MS, Amambai/MS, Luís Eduardo Magalhães/BA, Itapetininga/SP e Campinas/SP.
De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “a proximidade da colheita da segunda safra do milho leva o mercado a ofertar o cereal que ainda está disponível, assim a saca do cereal em Campinas/SP registrou recuo para R$ 101,00/sc”.
A agência SAFRAS & Mercado relata que, o mercado brasileiro de milho tende a registrar cotações pressionadas, diante da melhora gradativa da oferta nos estados e do movimento de baixa na Bolsa de Mercadorias de Chicago.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, o volume de milho ofertado vem aumentando de maneira gradativa no mercado brasileiro desde meados de maio. “Essa configuração permitiu a inversão da curva de preços. Nesse ambiente, muitos consumidores passaram a atuar de maneira mais tímida no mercado, indicando para um posicionamento mais confortável de seus estoques”, comenta.
B3
Os preços futuros do milho perderam força ao longo do dia e recuaram na Bolsa Brasileira (B3) nesta terça-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 0,27% e 1,30% ao final do dia.
O vencimento julho/21 foi cotado à R$ 91,55 com perda de 1,03%, o setembro/21 valeu R$ 90,80 com desvalorização de 1,30%, o novembro/21 foi negociado por R$ 92,18 com baixa de 0,99% e o janeiro/22 teve valor R$ 93,85 com queda de 0,27%.
O reporte diário da Radar Investimentos dá conta de que “o mercado de milho da B3 esteve mais volátil nos últimos dias. No entanto, há alguma incerteza sobre o real tamanho da safrinha no Brasil, o que gera cautela nos produtores e também nos consumidores”.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, existem perda de produtividade em diversas regiões como Mato Grosso e Paraná, que além de sofrer com a estiagem agora sofre com granizo e geadas, mas o mercado não está levando essas questões muito em consideração.
“O mercado não está vendo isso. Está vendo que em duas ou três semanas tem colheita e isso pesa nas cotações, por isso a B3 está em queda. Caiu 12 ou 13 reais e agora quando vier a colheita, dificilmente vai conseguir avançar porque dependemos de exportação e a exportação está pagando muito pouco perto dos valores internos”, explica.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) registrou grandes quedas para os preços internacionais do milho futuro nesta terça-feira. As principais cotações registram movimentações negativas entre 24,25 e 37,00 pontos ao final do dia.
O vencimento julho/21 foi cotado à US$ 6,20 com desvalorização de 37,00 pontos, o setembro/21 valeu US$ 5,41 com baixa de 27,25 pontos, o dezembro/21 foi negociado por US$ 5,15 com queda de 25,50 pontos e o março/22 teve valor US$ 5,22 com perda de 24,25 pontos.
Esses índices representaram recuos, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 5,63% para o julho/21, de 4,75% para o setembro/21, de 4,63% para o dezembro/21 e de 4,40% para o março/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho nos Estados Unidos caíram para a baixa de um mês na terça-feira, com o plantio oportuno da primavera e chuvas benéficas na maior parte do meio-oeste, aumentando as perspectivas de safra.
A publicação destaca ainda que, as perdas aceleraram à medida que os preços do milho caíram abaixo das mínimas recentes e violaram outros níveis de suporte de gráfico técnico.
“O milho está simplesmente arrastando tudo para baixo. Colocamos algum prêmio de clima no mercado por causa da seca no oeste, mas agora que temos chuvas e uma previsão melhor, estamos retirando esse prêmio de clima”, disse Ted Seifried, estrategista-chefe de mercado agrícola do Zaner Group.