Ontem, a segunda-feira (12) foi de altas para os futuros do milho negociados e na Bolsa de Chicago, resultando também em preços mais altos em partes do interior do Brasil.
As altas no interior chegaram a marcar 3,33%, como foi o caso de Castro, no Paraná, onde o preço encerrou o dia com R$ 93,00 por saca. Do mesmo modo subiu mais de 1% em outras praças paranaenses, praças de Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Já em Mato Grosso e no Goiás, os preços permaneceram estáveis, bem como no interior de São Paulo, onde a referência de Campinas foi mantida nos R$ 102,00.
Nos portos, os indicativos também permaneceram estáveis, com R$ 80,00 para o disponível em Paranaguá e Santos com R$ 100,00 para setembro/21.
O limitador das cotações no mercado interno foi a baixa do dólar, de mais de 1% neste início de semana, levando a moeda americana de novo abaixo dos R$ 5,20. Ao lado da questão cambial, os preços do milho importado também pesam e os futuros do cereal cederam na B3 nesta segunda.
“Na semana passada o milho estava custando de R$ 98,00 a R$ 102,00 para importar, e com o dólar em baixa nesta segunda já se falava entre R$ 95,00 e R$ 98,00. É por isso que a B3 estava colocando as cotações variando entre R$ 95,00 e R$ 98,00, bem próximos do que liquida na exportação. Mas quem vai ditar o rumo disso é o custo de quanto vai chegar esse milho importado”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
No entanto, o especialista afirma ainda que os negócios são apenas pontuais, sem grande volumes sendo negociados. “Mas, a cotação, em muitos lugares, chega próximo ao seu limite. Para termos avanços maiores o dólar teria que subir muito ou Chicago disparar, e não há espaço para Chicago subir tudo isso”, diz.
BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os preços terminaram o dia com boas altas, apesar da correção para cima nos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe nos números da safra nova dos EUA. Os ganhos foram de 15,50 a 39,50 pontos nos principais vencimentos, com o julho sendo cotado a US$ 6,69 e o dezembro a US$ 5,33 por bushel.
Ainda segundo Brandalizze, boa parte das altas do milho veio na carona do trigo, que também subiu bem nesta segunda-feira.
O boletim não trouxe grandes novidades, principalmente sobre a produtividade, que o mercado esperava ser revisada para baixo.
“De certa forma, o USDA foi cauteloso em relação à produtividade norte-americana. O mercado vai desconsiderar estes números e passar a acompanhar cada vez mais as projeções de clima para os EUA, que são positivas nos próximos 10 dias, principalmente para o Meio-Oeste norte-americano”, explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.
A atenção, portanto, segue voltada para a região oeste dos Estados Unidos, onde o tempo seco ainda preocupa.