Hoje (26), pela manhã, a CONAB promove webinar sob o tema “Perspectivas para a Agropecuária – Safra 2021/22 – Edição Grãos”, no qual apresenta as tendências de plantio (área, produção, produtividade), exportação, importação, consumo e preços das culturas do algodão, arroz, feijão, milho e soja no próximo exercício.
No tocante especificamente ao milho, a expectativa da CONAB é a de que, na próxima safra, haja uma recuperação na oferta do grão. Pois, como destaca Fernando Motta, Gerente de Produtos Agrícolas do órgão, “o desenvolvimento do cereal no período de 2020/21 teve a produtividade prejudicada, o que ocasionou uma redução de aproximadamente 10% na produção”. Lembra, a propósito, que a queda foi influenciada “pelas condições climáticas adversas registradas durante o cultivo, uma vez que o grão foi plantado fora da janela ideal na segunda safra, consequência do atraso no cultivo da soja”.
Para o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o índice de redução foi maior, de quase 15%. Mas, a exemplo da CONAB, o órgão da agropecuária norte-americana também prevê recuperação significativa na próxima safra. De pouco mais de 35% em relação à safra 2020/202. Ou de quase 16% em comparação à safra do ano passado.
Notar, a propósito dos dados do USDA (tabela abaixo), que a redução de produção no corrente exercício não foi exclusividade brasileira. Atingiu, com maior intensidade, a Ucrânia e, ainda, a União Europeia, a Rússia e a vizinha Argentina. Com isso, o volume alcançado pelos 10 maiores produtores mundiais deve registrar recuo próximo de 1% e a produção mundial queda de 0,3%.
Em sua segunda projeção para a safra 2021/2022, o USDA sugere recuperação em todos os países que enfrentaram quebra de safra no corrente exercício, mas já reviu para baixo sua projeção inicial em relação à produção norte-americana, além de estimar queda de produção em dois dos cinco BRICS – Índia e África do Sul.
Comparativamente ao volume colhido no ano passado, somente a União Europeia tende a uma produção menor em 2022. Assim, os volumes previstos devem crescer em torno de 6% tanto mundialmente como entre os 10 maiores produtores mundiais.
As projeções são otimistas. Ainda assim vale perguntar: combinaram com São Pedro? No final do ano passado todos os estudos apontavam aumento da produção no corrente exercício – uma perspectiva frustrada pelas condições climáticas adversas. Estas serão mais favoráveis em 2022?