Senão com a mesma intensidade observada no fechamento de 2021, em dezembro passado o ovo voltou a registrar o mesmo fraco desempenho de um ano antes. Obteve no último mês de 2022 um preço médio que recuou perto de 4% em relação mês anterior, o que significou completar o exercício com a segunda pior cotação do ano. Quer dizer: abaixo do preço alcançado em dezembro, só o registrado há um ano, em janeiro de 2022.
Mas o que muito analista vai ressaltar é, apenas, que o valor alcançado no encerramento de 2022 ficou mais de um terço acima do registrado em dezembro de 2021, não atentando para o fato de que, naquela ocasião, o setor também enfrentou a segunda pior remuneração do exercício – motivo do índice agora elevado. Assim, comparativamente à média do segundo semestre de 2021, a variação anual de cerca de 35% recua para não mais que 20%.
Continua parecendo elevado? Pois então voltemos um pouco mais no tempo, a 2019, quando o mundo ainda não havia sido desafiado a dar resposta à série de novos problemas surgidos com a pandemia. Pois em relação à média daquele ano, o preço do ovo em dezembro último apresentou evolução de 87%. Já sua principal matéria-prima, o milho, registrou variação próxima de 120%.
No entanto, o que mais fica ressaltado no desempenho do ovo em 2022 é a estabilidade de preço observada a partir de fevereiro, como deixa claro o gráfico abaixo, à esquerda. Assim, a amplitude (em 11 meses!) entre preços mínimo e máximo não chegou a 12 pontos percentuais, índice bem inferior aos 20 pontos percentuais de 2021 e, mais ainda, aos 36 pontos percentuais de 2020.
Em função dessa estabilidade, a média registrada no ano alcançou novo recorde, com variação nominal de 22,5% sobre 2021. Em valores reais, considerado o IPCA em 12 meses acumulado até novembro último, o incremento girou em torno dos 16%.