Em um estudo envolvendo galinhas que sobreviveram a um grande surto de gripe aviária altamente infecciosa em 2015, os pesquisadores descobriram diversas áreas do DNA das galinhas que podem influenciar a resistência natural.
Usando amostras de sangue, a equipe do Instituto Roslin analisou o DNA de galinhas que sobreviveram ao surto viral e as comparou com o de aves não infectadas e presumivelmente suscetíveis, buscando diferenças que pudessem revelar genes ligados à resistência.
Os resultados revelaram regiões específicas em nove áreas diferentes do genoma da galinha onde variações genéticas pareciam desempenhar um papel específico.
Embora nenhum gene explique completamente por que algumas galinhas sobreviveram, o estudo identificou vários genes provavelmente associados ao sistema imunológico e à resposta das aves ao vírus.
Este trabalho oferece um primeiro passo para a criação de galinhas com maior resiliência à gripe aviária, o que melhoraria tanto o bem-estar das aves quanto a estabilidade da indústria avícola.
Resiliência genética
As galinhas estudadas sobreviveram a um surto de gripe aviária particularmente letal, com uma taxa de mortalidade de mais de 99%, resultando em grandes impactos econômicos para os avicultores dos EUA.
Alguns dos genes identificados nessas galinhas, incluindo um conhecido como ANP32A, já são conhecidos por desempenhar um papel em como os animais respondem à gripe aviária. Isso sugere que os pesquisadores estão no caminho certo, pois a presença de um gene com um papel conhecido na resistência viral apoia a ideia de que os outros genes recém-identificados também podem ser relevantes para a defesa contra a gripe aviária.
Saúde avícola
Com os surtos de gripe aviária altamente patogênica (IAAP) se tornando mais comuns em todo o mundo e infectando uma gama maior de hospedeiros, pesquisas adicionais podem ajudar os cientistas a desenvolver estratégias para proteger as aves e informar a saúde pública.
Esta pesquisa foi publicada no International Journal of Molecular Sciences, em colaboração com parceiros industriais, Hy-line International (EUA) e colegas em Varsóvia, Polônia e Iowa State University, EUA. O projeto foi financiado por uma bolsa do Iowa Egg Industry Center e do BBSRC.
“As galinhas são extremamente vulneráveis a cepas altamente patogênicas da gripe aviária, então, poder examinar o DNA de algumas aves que sobreviveram nos deu uma oportunidade única de tentar entender a genética subjacente à resistência. Esta pesquisa nos dá nossa primeira visão de como a resposta do hospedeiro pode permitir que as aves combatam a infecção — algo que estamos apenas começando a entender agora”, afirma a Dra. Jaqueline Smith, Pesquisadora Sênior do Instituto Roslin.