A última sexta-feira (05) chegou ao final com os preços do milho elevados no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Tangará da Serra/MT (0,72% e preço de R$ 69,00) e Campo Novo do Parecis/MT (0,74% e preço de R$ 67,00).
Já as valorizações apareceram nas praças de Palma Sola/SC (0,65% e preço de R$ 78,00), Rondonópolis/MT e Alto Garças/MT (0,71% e preço de R$ 71,00), Itiquira/MT (0,72% e preço de R$ 70,00), Primavera do Leste/MT (0,73% e preço de R$ 69,00), Rio do Sul/SC (1,32% e preço de R$ 77,00), Londrina/PR (1,33% e preço de R$ 76,00), Campo Grande/MS (1,35% e preço de R$ 75,00), Dourados/MS (2,56% e preço0 de R$ 80,00), Cândido Mota/SP (2,60% e preço de R$ 79,00), Pato Branco/PR (2,62% e preço de R$ 78,20), Ubiratã/PR e Marechal Cândido Rondon/PR (2,68% e preço de R$ 76,50) e Eldorado/MS (2,82% e preço de R$ 73,00).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “o mercado físico do milho mostrou estresse no final desta semana em função dos poucos negócios no mercado físico, a alta do dólar mesmo com o Banco Central tentando arrefecer o movimento e o atraso da colheita em algumas regiões”.
A análise da consultoria SAFRAS & Mercado aponta que o mercado brasileiro de milho teve uma semana de preços firmes mais uma vez. “A volatilidade no dólar agitou o mercado, embora o ritmo de negócios tenha sido lento. A firmeza no dólar e o foco na colheita e comercialização da soja mantiveram as cotações sustentadas nas principais praças de comercialização”.
O analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, relata que a logística segue voltada toda para a soja, com fretes subindo e dificuldades para o fluxo do milho. Assim, há suporte para as cotações do cereal. “Apenas no Rio Grande do Sul, onde a colheita é mais tardia, a situação ainda é mais cômoda”, comenta. Com o milho deixado “de lado”, a oferta reduz e os preços se mantêm.
B3
Os preços futuros do milho tiveram mais um dia de flutuações altistas na Bolsa Brasileira (B3) nesta sexta-feira. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 1,46% e 2,46% ao final do dia.
O vencimento março/21 foi cotado à R$ 90,90 com valorização de 2,46%, o maio/21 valeu R$ 95,85 com elevação de 1,75%, o julho/21 foi negociado por R$ 90,30 com alta de 1,46% e o setembro/21 teve valor de R$ 86,20 com ganho de 2,01%.
Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam valorizações de 3,12% para o março/21, de 8,26% para o maio/21, de 8,40% para o julho/21 e de 7,75% para o setembro/21 na comparação com a última sexta-feira (26).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, com 55% a 60% da safrinha semeada no Brasil, tudo indica que o país irá ter recorde histórico de área de produção e boa produção, com as lavouras já plantadas se desenvolvendo bem até aqui.
Enquanto isso, o mercado segue sem negócios com os compradores das indústrias esperando receber contratos e milho a fixar. “Os negócios que aparecem são apenas para pequenos granjeiros como o setor do ovo e do suíno independente, que continuam reclamando, já que as cotações seguem firmes e não recuam”, diz o analista.
Diante desse cenário de alto custo para o produtor, Brandalizze destaca que pode haver queda na demanda de milho mais a frente devido a essa falta de rentabilidade.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também subiu neste último dia da semana para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 7,25 e 15,75 pontos ao final da sexta-feira.
O vencimento março/21 foi cotado à US$ 5,62 com valorização de 15,75 pontos, o maio/21 valeu US$ 5,45 com elevação de 13,00 pontos, o julho/21 foi negociado por US$ 5,34 com alta de 11,50 pontos e o setembro/21 teve valor de US$ 4,99 com ganho de 7,25 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 2,93% para o março/21, de 2,44% para o maio/21, de 2,30% para o julho/21 e de 1,63% para o setembro/21.
Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam ganhos de 1,26% para o março/21 e de 2,04% para o setembro/21, além de 0,37% para o maio/21 e de 0,19% para o julho/21 na comparação com a última sexta-feira (26).
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho se recuperaram de uma baixa de três semanas alcançada na sessão anterior e subiram na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira.
“Alguns traders também ajustaram as posições antes da divulgação das previsões mensais da safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na próxima semana. A agência deve reduzir ainda mais suas estimativas para os estoques finais de 2020/21 de milho, de acordo com uma pesquisa da Reuters com analistas”, relata Tom Polansek da Reuters Chicago.
Bob Linneman, da Kluis Advisors destaca ainda que os últimos números embarques semanais de exportação do USDA também ajudaram o mercado. “O relatório de vendas de exportação semanal não era o que os touros do milho queriam ver na quinta-feira. As vendas líquidas (apenas 116 milhões de toneladas) foram a baixa da safra de milho. No entanto, o ponto positivo do relatório foram os embarques semanais de exportação: pouco mais de 2 milhões de toneladas. Esse raio de luz foi o que empurrou os preços do milho para cima”, diz.