Os indicadores do milho e da soja, calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/ESALQ), mostram comportamentos distintos nos mercados de grãos ao longo da primeira quinzena de dezembro de 2024. Enquanto o milho apresenta relativa estabilidade, a soja enfrenta desvalorização acentuada, pressionada por fatores externos e internos.
Milho: leve recuo com estabilidade mensal
No mercado do milho, o preço por saca de 60 kg fechou em R$ 72,73 em 17 de dezembro, com variação diária negativa de -0,22% e acumulando uma leve baixa de -0,05% no mês. Após atingir R$ 73,67 no dia 11, o preço do cereal seguiu uma trajetória de ajuste. Em dólar, a cotação recuou para US$ 11,95, refletindo a recente valorização da moeda americana e a manutenção de oferta doméstica equilibrada.
Soja: perdas acumuladas no mês
Para a soja, o cenário é mais desafiador. Em 17 de dezembro, a saca foi negociada a R$ 140,96, registrando alta diária de 0,83%, mas queda acumulada de -3,21% no mês. A desvalorização reflete a forte oferta global, especialmente com o avanço da colheita sul-americana, além da redução de demanda pontual no mercado externo. A cotação em dólares foi de US$ 23,17, a menor do período analisado, impactada pela oscilação cambial.
Enquanto o milho apresenta resistência devido à estabilidade da demanda interna, os produtores de soja lidam com um mercado mais volátil, afetado por preços internacionais em queda e a força do dólar. O impacto no setor agrícola é evidente, especialmente no planejamento de vendas futuras, que devem considerar as movimentações no mercado global e o comportamento do câmbio.