O programa S.I.M. – Saúde Intestinal Máxima – da Cinergis foi criado com o intuito de proporcionar ferramentas para a redução de antimicrobianos químicos na cadeia avícola, sem afetar o desempenho.
Quem explica o tema em entrevista exclusiva é Camila de Souza Oro, Coordenadora Técnico Comercial, da Cinergis.
De acordo com ela, para a implementação do programa, a Cinergis consolidou a parceria com a Ghenvet Saúde Animal, empresa que possui estrutura e tecnologia para desenvolver produtos de qualidade, eficientes e com custo acessível. “Também contratamos profissionais especialistas para avaliar a demanda do mercado e desenvolver melhorias em nossos produtos”, explicou Camila. “A Cinergis acredita em um sistema integrado de ações e medidas e, portanto, temos produtos para as principais etapas susceptíveis à contaminação. Contamos com aditivos para a melhora da qualidade do pellet e da condição sanitária de matérias-primas e rações, probióticos e simbióticos que auxiliam no equilíbrio da microbiota intestinal, além de produtos para controle da umidade no ambiente, diminuindo o efeito deletério de erros de manejo e ambiência”, detalhou.
Acompanhe na sequência, a entrevista.
Camila de Souza Oro, Coordenadora Técnico Comercial, da Cinergis: “Nossos produtos garantem excelentes resultados, mas o sucesso destes depende de boas práticas.”
Dentro do programa S.I.M., quais são os fatores que geram uma melhoria na saúde intestinal das aves?
É importante entender que saúde intestinal depende de três fatores principais:
1. Estrutura física íntegra, ou seja, adequado desenvolvimento e renovação da mucosa intestinal.
2. Rápida e eficiente resposta do sistema imune associado ao intestino.
3. Microbiota equilibrada.
A Cinergis, em parceria com a Ghenvet, possui probióticos e simbióticos com ampla variedade de espécies de bactérias que garantem benefícios à saúde intestinal por meio de:
– Colonização precoce: a pouca diversidade de bactérias intestinais nos embriões ou em pintainhos recém eclodidos possibilita e facilita a colonização intestinal de bactérias probióticas. Essas bactérias agem por meio da exclusão competitiva por sítios de ligação no intestino antes que a ave se torne portadora dos microrganismos patogênicos e dificulte o controle á campo. Portanto, contamos com produtos para auxiliar na colonização precoce de bactérias benéficas, respeitando o microbiota natural da faixa etária e espécie.
– Modulação da microbiota intestinal: nossos produtos possuem bactérias que contribuem para a redução de enterobactérias patogênicas no intestino das aves, por meio de exclusão competitiva por sítios de ligação nos enterócitos, antagonismo direto (produção de bacteriocinas) e indireto (competição por nutrientes e diminuição do pH intestinal) e auxilio no estímulo da resposta imune local. Ainda, as bactérias probióticas realizam o quórum sensing, comunicação intra e interespécies, que induz e sinaliza para outras bactérias presentes na microbiota a realizar o controle da densidade populacional, através da expressão de genes produtores de bacteriocinas. Ou seja, elas conseguem modular a microbiota para alcançar o equilíbrio. Nossos produtos possuem também bactérias não colonizadoras que contribuem indiretamente na colonização do ambiente, auxiliando no controle de bactérias patogênicas.
– Proteção física: as bactérias probióticas dos nossos produtos proporcionam proteção física à mucosa intestinal pela quebra de nutrientes, dos quais as aves não possuem enzimas para extração, tornando-os disponíveis para a renovação de enterócitos em caso de lesão de vilos. Essas bactérias controlam também a produção de muco pelas células caliciformes presentes na mucosa, melhorando a barreira física intestinal. Além disso, quando fornecidas precocemente auxiliam no desenvolvimento dos vilos, tornando-os maiores em comprimento e área de absorção de nutrientes, resultando em melhores índices zootécnicos.
Como o programa trabalha os aspectos entre manejo, ambiência, nutrição e biosseguridade para a melhoria da saúde intestinal como um todo?
A Cinergis acredita em um sistema integrado de ações e medidas e, portanto, temos produtos para as principais etapas susceptíveis à contaminação. Contamos com aditivos para a melhora da qualidade do pellet e da condição sanitária de matérias-primas e rações, probióticos e simbióticos que auxiliam no equilíbrio da microbiota intestinal, além de produtos para controle da umidade no ambiente, diminuindo o efeito deletério de erros de manejo e ambiência. De qualquer forma, ressalto que os melhores resultados ocorrem simultaneamente às boas práticas de manejo e biosseguridade.
Como a empresa avalia o uso correto de aditivos para uso em matérias-primas e rações para o controle de bactérias e fungos? É algo difundido no mercado? Sua utilização é feita da melhor forma?
O controle de qualidade das matérias-primas é essencial, pois elas irão interferir em produtividade, qualidade física, nutricional e sanitária das rações. Nossos produtos garantem excelentes resultados, mas o sucesso destes depende de boas práticas como:
– Manejo integrado: a utilização de aditivos é sinérgica às boas práticas e seus efeitos são inerentes ao uso correto, ou seja, o potencial do produto muitas vezes é ofuscado por erros de manejo e biosseguridade. Ainda, quando se pensa em controle de bactérias e fungos, uma única medida não é suficiente para controle satisfatório. Por isso, é importante o trabalho em equipe, com medidas e utilização de produtos de forma simultânea. Se um elo da corrente se separa, o trabalho e os produtos estão desperdiçando seu potencial máximo.
– Uso correto: a utilização inadequada dessas ferramentas pode resultar em insatisfação e frustração. Acredito que há um gargalo na utilização racional de aditivos de qualidade.
É importante primeiro identificar e dimensionar corretamente o problema, avaliando possíveis deficiências no processo, com rigoroso acompanhamento das atividades e dosagens. Além disso, a avaliação de um produto deve ser feita com base em resultados e só terão resultados se houver mensurações. Portanto, é necessário maior controle de processo para observar as reduções de custos e o ganho com o investimento.
– Prevenção: mesmo conseguindo alcançar um número aceitável de contaminação por fungos e bactérias, não se deve relaxar nas medidas. Prevenção é sempre a melhor forma de evitar prejuízos.
Contudo, não existe fórmula mágica. Investimentos, trabalho duro e visão sistêmica resultam em eficiência produtiva.
Faça uma análise geral da união entre probióticos e simbióticos para promover um equilíbrio da microbiota intestinal e estimular o sistema imune e, assim, obter o máximo desempenho zootécnico das aves.
Estudos têm demonstrado que algumas bactérias probióticas possuem efeito imunomodulatório, ou seja, protege a mucosa da reação inflamatória exacerbada ao mesmo tempo que torna a resposta imunológica mais rápida e eficiente frente a um desafio. O efeito sobre as células do sistema imunológico ocorre pela estimulação antigênica provocada pela presença das bactérias probióticas e a capacidade de produção de sinalizadores. Além disso, nossos probióticos possuem como veículo o extrato de leveduras que contribui na proteção da mucosa intestinal por aumento da produção de IgA.
Manejos que promovem a redução de umidade da cama e a emissão de amônia fazem parte do Programa S.I.M? Como a Cinergis lida atualmente com as questões envolvendo o Bem Estar Animal e a máxima atenção às respostas comportamentais das aves?
Existe correlação entre fatores ambientais e a saúde intestinal. O cortisol, hormônio relacionado ao estresse, causa a disbiose da microbiota intestinal e, portanto, manejos conduzidos de forma inadequada podem facilitar a proliferação de bactérias patogênicas oportunistas. Por outro lado, uma microbiota equilibrada aumenta os níveis de serotonina e dopamina, hormônios importantes para o bem-estar. Desta forma, nossos probióticos e simbióticos buscam equilibrar a microbiota intestinal das aves, aliados aos produtos para ambiente (que reduzem a umidade da cama, a emissão de amônia e auxiliam no controle de vetores, sem prejudicar a saúde dos animais e dos colaboradores), garantem maior bem-estar aos animais.