Em 21 de julho de 2022 o MAPA publicou a portaria SDA No.623 que estipula um prazo de 60 dias para consolidar a proibição em todo território nacional da manipulação, fabricação, comercialização, importação e uso como aditivo melhorador de desempenho da bacitracina e da virginamicina. Estes dois princípios ativos vêm somar a outros em uma lista que já se iniciou em anos anteriores. Assim, como já acontece em outros países o que se espera é que substâncias antimicrobianas somente terão sua utilização restrita ao tratamento de enfermidades nos animais, através de dosagens terapêuticas por um período determinado e prescritas pelo médico veterinário responsável.
O adensamento da criação, desafios de ambiência, tipo de alimentação e altos índices de produtividade tornam o sistema de criação de aves de postura um fator de estresse para os animais. Qualquer falha ou desequilíbrio neste sistema pode ocasionar perdas como alta mortalidade e baixo desempenho. A manutenção do bom status sanitário nas granjas de postura é de fundamental importância para a garantia dos resultados.
Os antibióticos promotores de crescimento (APCs) foram (e por vezes ainda são) utilizados com o intuito de manter a integridade intestinal. Como as dosagens são inferiores à concentração inibitória mínima (CIM), a ação anti-inflamatória destes produtos é o benefício de sua utilização (Niewold, 2007; Broom, 2017), sendo a manutenção da integridade do intestino um dos papéis mais importante que eles desempenham.
Quais seriam, então, as nossas opções para manter a eficiência produtiva sem o uso de APCs? Existem tecnologias e aditivos nutricionais que podem ajudar neste desafio na postura comercial como os probióticos e minerais orgânicos.
Com o objetivo de avaliar o desempenho de um probiótico e um mineral orgânico nas aves de postura, em 2021 foi realizado um experimento no Laboratório de Ciência Avícola (LAVIC-UFSM, Santa Maria, RS, Brasil) onde foram utilizadas 32 poedeiras White Plymouth Rock e 32 Red Rhodes Island com 50 semanas de idade.
As dietas foram formuladas a base de milho, farelo de soja e farelo de trigo durante todo período experimental e foram suplementados os aditivos probiótico CLOSTAT®, a base de Bacillus Subtillis (PB6) e KemTRACE™ Cromo Propionato de Cromo 0,4% (propionato de cromo). Os tratamentos consistiram em dieta controle (formulada com milho, farelo de soja e farelo de trigo sem aditivos); Controle + probiótico (dieta controle suplementada com PB6 500 g/ton); Controle + Cromo (dieta controle suplementada com Cromo 50 g/ton) e Controle + PB6 + Cromo (suplementado com ambos os aditivos).
Água e ração foram fornecidas ad libitum. O peso das aves e a produção de ovos foram padronizados antes do início do experimento. As aves foram alimentadas com as dietas experimentais entre 55 e 70 semanas de idade. E o experimento foi composto por 4 tratamentos e 16 repetições.
No resultado final do experimento nenhum efeito foi observado entre as linhagens e os tratamentos. Os dados do período acumulado de 55 a 70 semanas estão apresentados na Tabela 1. Observa-se efeito significativo (p<0,05) para produção de ovos, massa de ovos, conversão alimentar (kg de ração/dúzia de ovos e kg de ração/kg de ovos). É importante ressaltar o efeito positivo do uso dos aditivos na produção de ovos, ocorrendo aumento da produção em 8,2% em relação a dieta controle para tratamento PB6 + Cromo.
Elisa François é gerente de Serviços Técnicos Sr da Kemin Saúde e Nutrição Animal América do Sul
O artigo completo está disponível na edição de setembro da Revista do OvoSite, leia a partir página 20.