Em alguns municípios brasileiros, a população humana é uma “minoria” se comparada aos animais de criação. Em Nova Bréscia, no Rio Grande do Sul, por exemplo, existem quase 2 mil galinhas para cada habitante. E essa não é a única!
Outras cidades do país chamam a atenção pela proporção de bovinos, suínos e galináceos em relação aos moradores locais. A informação é do cruzamento de dados entre a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) e o Censo 2022, feito pelo IBGE.
Conheça cada uma delas:
Quase 100 bovinos por habitante
A pequena Rondolândia (MT) pode ser considerada a “Capital do Boi” no Brasil. O município possui a maior proporção de gado bovino por habitante em todo o país, segundo dados do IBGE.
Localizado no Noroeste de Mato Grosso, na divisa com Rondônia, o município de Rondolândia possui apenas 3.505 habitantes, segundo o Censo 2022.
No entanto, os criadores locais possuem 336.044 cabeças de gado bovino, conforme dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) 2022, divulgada pelo IBGE. Dessa forma, Rondolândia possui 95,88 reses por morador.
Na PPM 2022, Rondolândia tem o 115º rebanho de gado bovino do país, entre os 5.567 municípios com informações na pesquisa.
Já o líder nacional em número absoluto de rebanho bovino é São Félix do Xingu (PA), que tem 2,5 milhões de cabeças de gado, o equivalente a 1,1% do total brasileiro. No entanto, com uma população de 65.418 habitantes, São Félix do Xingu possui 38,6 reses por morador, ficando em 70º lugar no ranking proporcional.
“Terra do frango”, cidade gaúcha tem 1,7 mil aves por morador
Conhecida como a “Terra dos Churrasqueiros”, Nova Bréscia, no Rio Grande do Sul, pode também ser considerada a “Terra do Frango”. Com apenas 3.553 moradores, o município gaúcho possui 5,3 milhões de galináceos, segundo a PPM 2022. Com isso, em Nova Bréscia, no ano passado, havia mais de 1,7 mil aves para cada habitante.
O maior criador da galináceos do Brasil, Cascavel, no Paraná, contava com 21,1 milhões de cabeças no ano passado. Com 348 mil habitantes, o município registrava uma proporção de 60,53 galináceos por pessoa em 2022, ficando na posição 587 no ranking proporcional.
Município de SC conta com 56 suínos por pessoa
Se um dia os porcos liderarem uma rebelião para tomar conta das fazendas, como no livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell, a cidade de Xavantina, no Oeste de Santa Catarina, pode ser o centro da revolta.
Com 3.653 habitantes humanos, o município contava com um rebanho suíno de 206.133 cabeças em 2022, o que representa 56,43 animais por pessoa.
Segundo o prefeito de Xavantina, Luciano Antônio Altenhofen, o número de suínos no município atualmente já é maior do que o indicado pela PPM de 2022. “A criação já aumentou em relação ao ano passado, devemos ter cerca de 80 animais por pessoa hoje”, informa.
De acordo com dados da prefeitura, existem 200 propriedades do município que possuem suínos, entre produtores com matrizes, creches e engorda. A produção é quase toda enviada para frigoríficos do Oeste de Santa Catarina. O município conta com apenas uma agroindústria de embutidos que fabrica produtos de origem suína. A suinocultura, segundo o prefeito, é responsável por mais de 40% da arrecadação de impostos em Xavantina.
Já Toledo, no Paraná, que possui o maior rebanho suíno do Brasil, com 909 mil cabeças, possui apenas 6,05 suínos por pessoa, uma vez que tem uma população de 150 mil habitantes. Dessa forma, Toledo está na posição 193 do ranking proporcional.